Após desrespeitar a lei na Lava-Jato, Moro abusa da ironia e fala em “construir um Brasil justo para todos”

 
Ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro decidiu participar da eleição presidencial do próximo ano. Na última segunda-feira (1), a empresa de consultoria Alvarez & Marsal anunciou a rescisão do contrato com Moro. Em nota, a consultoria, responsável pelo processo de recuperação judicial da Odebrecht, informou que “não mantém profissionais que tenham uma vida pública”.

A declaração da Alvarez & Marsal é contraditória, pois Sérgio Moro sempre teve vida pública, mesmo depois de ter deixado o governo Bolsonaro. Afinal, seu ativismo político, que vem desde os tempos da Lava-Jato, é inegável.

Moro, que na próxima quarta-feira (10) se filiará ao Podemos, partido pelo qual pretende concorrer à Presidência da República, escreveu em postagem no Twitter: “juntos, podemos construir um Brasil justo para todos”. A frase consta do convite do Podemos para o ato de filiação de Moro.

Se há no País alguém que não pode falar em país justo, esse certamente é Sérgio Moro, que para dar vazão às pretensões políticas atropelou a legislação vigente e, no âmbito da Lava-Jato, condenou com base em indícios, algo que não encontra guarida no Direito Penal.

 
Além disso, Moro formou um conluio com os procuradores da Lava-Jato em Curitiba, orientando e combinando acusações que abrissem caminho para condenações. Essas transgressões da lei ficaram evidentes nas mensagens trocadas entre o então juiz e os procuradores liderados por Deltan Dallagnol, reveladas no escopo do caso “Vaza Jato”.

Sabem os leitores que o UCHO.INFO não defende corruptos, mas condená-los exige o estrito cumprimento da lei. Quando isso não acontece, aumenta o risco de o criminoso se transformar em vítima do próprio Estado.

Ao longo da Lava-Jato e seus desdobramentos, este portal alertou para a importância do respeito aos limites da lei, sob pena de se ter uma repetição do que ocorreu nas operações Castelo de Areia e Satiagraha, ambas anuladas pela Justiça.

Para finalizar, quem usa a Justiça como instrumento para dar vazão a anseios políticos, à sombra de condenações questionáveis e absurdas, não tem moral para falar em justeza.

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