Se na política há o chamado “inferno astral”, por certo o presidente Jair Bolsonaro está a viver o momento mais crítica da fase. Após 21 cientistas renunciarem à Ordem do Mérito Científico e mais de 30 servidores do Inep, órgão responsável pelo Enem, pedirem demissão, Bolsonaro enfrenta o descontentamento de filiados ao Partido Liberal, ao qual o presidente deve se filiar no próximo dia 22.
Depois de confirmado o entendimento entre o presidente da República e o “dono” do PL, Valdemar Costa Neto, conhecido como “Boy”, deputados anunciaram que deixarão a legenda caso a filiação de Bolsonaro se confirme. Isso porque os parlamentares querem autonomia para manter acordos políticos em estados das regiões Norte e Nordeste, o que significa apoiar candidatos do PT e do MDB nas eleições do próximo ano.
Com a confirmação da filiação de Bolsonaro, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), manifestou desconforto com a situação, mas não disse se deixará o partido. Ramos, que tem feito duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro, argumentou que prefere esperar a filiação de fato para decidir seu futuro político. “Todos sabem que não é uma situação cômoda para mim e, no momento oportuno, irei me pronunciar”, afirmou o vice-presidente da Câmara.
Um dos condenados no escândalo do Mensalão do PT, Valdemar Costa Neto foi aliado de primeira hora dos governos petistas, mas, a exemplo do que ocorre com frequência no Centrão, não vê problema em se aliar a Bolsonaro, que em 2022 concorrerá à reeleição.
Atualmente com 43 deputados federais e 4 senadores, o PL espera aumentar sua base parlamentar com a filiação de Jair Bolsonaro, que deve atrair à legenda muitos deputados que estão filiados ao PSL e outros partidos que apoiam o governo.
Em 2018, Bolsonaro tentou se desvincular da imagem de Costa Neto. Na ocasião, o nome do então senador Magno Malta (PL-ES) era cogitado para formar chapa com Bolsonaro. “Valdemar Costa Neto, já condenado no Mensalão, já foi citado… ou melhor, citado não, estão bastante avançadas as citações dele no tocando à Lava Jato… Qual partido não tem gente com problema? Eu converso com o Magno Malta”, disse.
É importante lembrar que Bolsonaro, enquanto candidato à Presidência, criticou duramente os escândalos de corrupção que marcaram as gestões petistas, as quais sempre contaram com o apoio do PL.
Diante de um cenário marcado por turbulências políticas, a filiação de Bolsonaro ao PL entrou no terreno da incerteza. Mesmo assim, o vereador Carlos Bolsonaro, o filho “cibernético” do presidente da República, tratou de apagar postagem no Twitter, feita em 2016, em que destacava delação premiada em que o PR (agora PL) e Costa Neto foram acusados de receber propina em obras de Furnas.
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