(*) Gisele Leite
De fato, a pandemia vai passar. Realmente, mesmo, pandemias ao longo da história da humanidade existiram e, apesar das condições de saúde e higiene, seja pelo desenvolvimento de vacinas e medicamentos, ou por ações de contenção.
Para os estudiosos, a probabilidade de o vírus Sars-Cov-2 continuar a circulando mesmo após o fim da pandemia é bastante alta e, entre outros motivos, argumenta-se que por mais que as vacinas sejam eficazes ferramentas contra o patógeno, não o eliminam, nem impedem plenamente sua transmissão.
O que de fato, as vacinas proporcionam é a redução acentuada de sintomas mais graves e também os óbitos, embora ainda possam eventualmente acontecer… Tanto que a eficácia vacinal tende a diminuir o que nos faz ir para terceira dose, e provavelmente, uma quarta e tantas outras…
Apesar de alguns cogitarem que as doenças foram erradicas, terminologicamente não é correto. Até mesmo a peste bubônica, que matou milhões de pessoas na Idade Média, e continua circulando, só que atualmente é tratável por meio de antibióticos comuns.
Cogitamos em doenças emergentes ou reemergentes que reaparecem após certo período temporal, conforme explica o Pesquisador da FioCruz, Carlos Machado, coordenador do Observatório Covid-19 da FioCruz.
Lembremos que no momento, a Europa já cogita estar enfrentando a quarta e a quinta onda, provocada, em grande parte, pelos que se recusaram a vacinar-se. Nessa última sexta-feira, a Áustria decretou novamente lockdown e tornou a ser o primeiro país europeu a decretar ser obrigatória a vacinação. E, ainda determinou o confinamento de não vacinados, o que estimulou uma corrida aos postos de imunização.
A falta de ampla cobertura vacinal no mundo, e juntamente a capacidade de transmissão da variante delta da Covid-19, aumenta o cenário de angústia e incerteza no cenário pós-pandemia, vez que uma característica é desafiadora pois todo vírus em sua natureza é essencialmente mutante.
Quanto maior for tempo que o vírus circula por uma grande população, maior será a probabilidade de sofrer mutação preocupante e, acabarmos a ter que adotar medidas restritivas como o isolamento social e lockdown.
Para combater tais perigos, além de vacinar e continuar se vacinando, é ter cuidado na volta à vida cotidiana. Para Carlos Machado, ao longo de 2022 certamente o vírus continuará circulando de forma mais intensa, especialmente, pelos que tenham baixa cobertura vacinal. Tornando a doença endêmica, é possível que ainda haja surtos recorrentes, especialmente no inverno, como tem hoje as Síndromes Respiratórias Agudas Graves e as gripes.
Será necessária prover maior atenção aos grupos mais vulneráveis tais como idosos, os imunodeprimidos, além da volta do uso do acesso que está marcando a atualidade: a máscara.
Em verdade, não há estudo que afirme que tudo será igual a antes quando finalmente a pandemia passar. A Covid-19 tomou o mundo e cobrou elevado custo, para médicos, recursos humanos, seguros de saúde, e tantos outros segmentos da vida social e econômica.
Isso, sem contar problemas com a saúde mental que passaram a ser mais frequentes. O que é resultado do isolamento social, da dificuldade de gerenciar tempo e espaço e, delimitar onde começa o trabalho, qual é tempo pessoal e, quanto tempo se deve dedicar à família. A pegada do home office em alguns seguimentos, veio para ficar…
Já outros, apenas cogitam ser viável a longo prazo, o trabalho híbrido o que exigirá escritórios adaptados e, alguns problemas passam a ser enfrentados, tal como a sustentabilidade. O uso menor de combustível fóssil no transporte urbano. E, ainda o perigo do burnout.
A ideia de semana útil composta apenas de quatro dias parece agressiva e ousada, mas, por outro lado, corta emissões ao economizar energia e combustível e, ainda tende a aumentar o número de pessoas empregadas quando o emprego deverá diminuir.
Já, por outro lado, há a vantagem competitiva para as empresas que buscam no mercado por funcionários cujos talentos são disputadíssimos e, sejam flexíveis e adaptáveis. De qualquer forma, a pandemia ainda não terminou, portanto, todos os cuidados devem continuar a ser tomados, principalmente, o distanciamento social e o uso de máscaras faciais.
(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.
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