Brasil tem a 4ª maior taxa de desemprego do planeta, aponta ranking com 44 países

 
Durante a eleição presidencial de 2018, o então candidato Jair Bolsonaro afirmou, ao final de um dos poucos debates a que compareceu, ser ele o único postulante ao cargo com condições de solucionar os muitos problemas do País. Na ocasião, o UCHO.INFO alertou que a declaração de Bolsonaro era falaciosa, algo comprovado com o passar dos anos.

Disposto a ludibriar o eleitorado, à época entediado com os escândalos de corrupção que chacoalharam o Brasil, Bolsonaro apresentou o economista Paulo Guedes como seu “Posto Ipiranga”, em alusão à campanha publicitária da rede de postos homônima.

A crise econômica nacional não é recente, mas piorou sensivelmente no atual governo, sendo que Guedes sempre tentou camuflar sua incapacidade com declarações e metáforas das mais diversas. Desde a corrida presidencial, este site vem afirmando que o ministro da Economia é um teórico arrogante que tem dificuldade para levar suas ideias para o campo da realidade.

Nesta segunda-feira (22), a agência de classificação de risco Austing Rating divulgou os resultados de levantamento sobre a taxa de desemprego do Brasil, a pedido do portal de notícias G1. De acordo com a agência, a taxa de desemprego no País é a quarta maior entre as 44 principais economias do planeta.

O levantamento mostra que o desemprego no Brasil é mais que o dobro da taxa média global e o pior entre os integrantes do G20 (grupo que reúne os 19 países mais ricos e a União Europeia) que já divulgaram números relativos a agosto ou setembro.

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 13,2% no trimestre encerrado em agosto, atingindo 13,7 milhões de trabalhadores, segundo a última pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Antes da chegada da pandemia de Covid-19, o índice estava abaixo de 12%, saltando para 14,7% no 1º trimestre de 2021.

 
De acordo com o ranking, apenas Costa Rica, Espanha e Grécia registraram em agosto taxa de desemprego maior que a do Brasil. Dos países que compõem o G20, apenas três ainda não divulgaram números oficiais de desemprego no 3º trimestre: África do Sul, Arábia Saudita e Argentina.

No conjunto de países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a taxa de desemprego caiu para 5,8% em setembro, e agora está 0,5 ponto percentual acima do patamar anterior à pandemia, de fevereiro do ano passado (5,3%). Na zona do euro, a taxa ficou em 7,4% em setembro, voltando ao nível pré-pandemia. Nos EUA, o desemprego recuou para 4,8%, ante 5,2% em agosto.

“Essa é uma fotografia clara de quanto o Brasil está perdendo na geração de emprego. Entre esses 44 países estão concorrentes diretos e outros emergentes como Cingapura, Coreia e México. Nestes países, a taxa de desemprego chega a 4%, 5%, no máximo”, afirmou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.

Agostini ressalta que o elevado índice de desemprego no Brasil é explicado principalmente por prolongado período de baixo crescimento econômico e por problemas estruturais históricos da economia brasileira, como, por exemplo, baixa produtividade. Contudo, o economista destaca que a recuperação do mercado de trabalho tem sido freada nos últimos meses pela deterioração das expectativas, principalmente em relação à inflação e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.

“Em 2021, se esperava uma retomada e uma perspectiva melhor, mas o que a gente vê é que, infelizmente, o Brasil cresce numa média muito menor que a dos países emergentes e também da média global”, disse Agostini.

Resta saber até quando o presidente Jair Bolsonaro e o ainda ministro Paulo Guedes manterão o discurso farsesco sobre a retomada econômica no Brasil. Como sempre afirmamos, falar em crescimento econômico em um país em que dois terços da população recebem menos de dois salários mínimos mensais é vender à opinião pública um cenário descolado da realidade.

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