Mandetta desiste de disputar a Presidência em nome de embrionária candidatura de terceira via

 
Na estrada com menos de um ano de antecedência, a campanha rumo ao Palácio do Planalto, sede do Executivo federal, começa a deixar vítimas pelo caminho. Ex-ministro da Saúde, o médico Luiz Henrique Mandetta (DEM) anunciou que não concorrerá à Presidência da República nas eleições de 2022. O ex-ministro informou sua decisão à cúpula do Democratas, partido que em breve se unirá ao PSL para formar o “União Brasil”, ressaltando que pretende disputar um mandato legislativo.

O recuo de Mandetta é fruto de análises e ponderações sobre a possibilidade de ter bom desempenho na corrida presidencial. O ex-ministro ganhou visibilidade durante o período em que coordenou o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, imagem que ganhou reforço após deixar o comando do Ministério da Saúde, quando passou a criticar o governo Bolsonaro. Longe da crise sanitária, Mandetta acabou encolhendo politicamente no cenário nacional.

De acordo com Luciano Bivar, presidente nacional do PSL e que comandará o União Brasil, a nova legenda discute apoiar um dos três possíveis candidatos da chamada “terceira via”: o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), o candidato do PSDB (João Dória Júnior ou Eduardo Leite) ou Simone Tebet (MDB). O União Brasil também não descarta uma candidatura própria.

“Estamos vendo quem aceitará efetivamente ser o candidato. Estamos considerando também outras candidaturas, como a gente pode se agrupar, com o MDB, o PSDB e o Podemos”, disse Bivar ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

 
Até recentemente, o União Brasil tinha no radar outros possíveis presidenciáveis: o apresentador José Luiz Datena, que que acenou com a possibilidade de se filiar ao PSL, e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, que até então estava filiado ao Democratas. Pacheco migrou para o PSD, partido liderado por Gilberto Kassab e que aguarda a filiação de Datena.

Com a desistência de Mandetta e a mudança de Pacheco e Datena, o União Brasil está propenso a apoiar o ex-juiz da Lava-Jato. A aposta em Sérgio Moro é arriscada, uma vez o ex-ministro da Justiça é persona non grata no universo da política nacional. Isso porque Moro, que ganhou o noticiário na esteira da Lava-Jato, teve participação direta ou indireta na condenação de corruptos envolvidos no escândalo do Petrolão.

Além disso, Sérgio Moro, que de forma meteórica e equivocada foi transformado em herói nacional, teve a imagem devorada por condenações absurdas, baseadas em indícios, não em provas, e pelas mensagens nada republicanas trocadas com integrantes da força-tarefa de Curitiba, reveladas pelo site “The Intercept” no escopo da “Vaza Jato”.

Em relação ao candidato a ser escolhido pelo PSDB, o índice de rejeição de João Dória, governador de São Paulo, é alto, inclusive no estado. No tocante a Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, o fato de ser uma liderança política regional causa dificuldades no terreno da campanha eleitoral. Sobre Simone Tebet, além de ser uma aposta não confirmada, sua eventual candidatura serviria para o MDB melhorar a própria imagem.

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