Puxada pelos combustíveis, prévia da inflação fica em 1,17% em novembro; em 12 meses alta é de 10,73%

 
Acreditando que pelo fato de carregar Messias no nome, o presidente Jair Bolsonaro, enquanto candidato ao Palácio do Planalto, disse em 2018, ao final de um debate entre presidenciáveis, ser ele o único com capacidade de resolver os muitos problemas do País.

Ignaro confesso em termos de economia, Bolsonaro apresentou aos eleitores o economista Paulo Guedes, à época apelidado de “Posto Ipiranga”, em alusão à campanha publicitária da rede de postos de combustíveis.

O tempo passou e nada do que foi prometido durante a campanha chegou ao campo da realidade, como sempre acontece no Brasil. Se até o advento da pandemia do novo coronavírus a crise econômica brasileira era preocupante, apesar dos devaneios metafóricos de Guedes, agora a situação é extremamente grave.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (25) aponta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do País, subiu 1,17% em novembro. A inflação acumulada pelo IPCA-15 em doze meses saltou de 10,34% em outubro para 10,73% em setembro, resultado mais elevado desde fevereiro de 2016.

 
Esse quadro inflacionário resulta principalmente da pressão exercida pelos preços dos combustíveis, reajustados pela Petrobras com base no câmbio e no mercado internacional de petróleo. A alta da gasolina e do diesel acabou refletida nos preços de outros produtos e serviços, levando o consumidor a gastar mais e a perder o poder de compra. Todos os nove grupos de bens e serviços pesquisados pelo IBGE registraram altas nos preços.

Apesar de o presidente da República discursar de forma recorrente contra a política de preços da Petrobras, o problema reside na fracassada política econômica do governo, que não consegue fazer a economia decolar. Como sempre afirma o UCHO.INFO, falar em retomada econômica ou crescimento econômico em um país como o Brasil, onde dois terços da população recebem menos de dois salários mínimos mensais, é sinal de irresponsabilidade.

A decisão da Petrobras reajustar os preços dos combustíveis com base no dólar é acertada para uma empresa que tem ações comercializadas na Bolsa de Valores, pois os acionistas não podem ser prejudicados por conta da incompetência do governo na área econômica. A cotação elevada da moeda norte-americana decorre da desconfiança dos investidores em relação ao País, principalmente em razão da situação fiscal e da insegurança jurídica.

Como se fosse a versão tropical de Medeia, personagem da tragédia de Eurípides, o presidente Bolsonaro tem externado o desejo de privatizar a Petrobras, dando a entender que nesse eventual novo cenário os preços dos combustíveis seriam menores, o que não é verdade.

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