Nuzman é condenado a 30 anos de prisão por corrupção na escolha do Rio para sede da Olimpíada de 2016

(Divulgação)

 
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou nesta quinta-feira (25) o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, e o ex-governador Sérgio Cabral Filho por envolvimento no esquema de compra de votos para escolha da capital fluminense como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Acusado de ser o “principal idealizador do esquema”, Nuzman foi condenado a de trinta anos, onze meses e oitos dias de reclusão em regime inicial fechado, pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

“O condenado dedicou sua carreira pública para tornar o Rio de Janeiro cidade-sede das Olimpíadas, no entanto, apesar de tamanha responsabilidade social optou por agir contra a moralidade e o patrimônio públicos, razão pela qual valoro em seu desfavor a conduta social”, escreveu Bretas.

Condenado a mais dez anos e oito meses anos de prisão por corrupção passiva, Cabral agora soma 400 anos de reclusão, fruto de sentenças no âmbito de desdobramentos da Operação Lava-Jato.

 
A decisão também atinge o ex-diretor de operações e marketing do COB, Leonardo Gryner, então assessor direto de Nuzman. A pena de Gryner é de treze anos e dez meses de reclusão. Para o juiz, Guzman e Gryner exerciam funções comparáveis às de servidores públicos, já que o COB é “empresa prestadora de serviço conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública”.

O esquema criminoso envolvendo os Jogos Olímpicos veio a público na esteira da Operação Unfair Play, um dos muitos desdobramentos da Lava-Jato no Rio de Janeiro. De acordo com o Ministério Público Federal, ambos (Nuzman e Gryner) intermediaram o pagamento de US$ 2 milhões a Papa Massata Diack e Lamine Diack, membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI), em troca de seus votos. Cabral, por sua vez, teria acionado o empresário Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur”, para viabilizar o pagamento da propina.

Apresentada em 2017, a denúncia destaca que Carlos Arthur Nuzman agiu fora da lei porque era seu “projeto pessoal” realizar os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Em outro vértice do escândalo, o grupo político de Sérgio Cabral mirou os milionários contratos relacionados ao evento esportivo. Em depoimento, o ex-governador confirmou o pagamento de propina aos africanos Papa e Lamine Diack.

Enquanto Sérgio Cabral está preso por causa de outras condenações, os demais réus poderão recorrer da sentença em liberdade. Nuzman, que completará 80 anos em março de 2022, é advogado de formação e tinha ciência de que estava a ultrapassar as fronteiras da lei.

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