Ômicron: nova cepa do coronavírus é classificada pela OMS como “variante de preocupação”

 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou nesta sexta-feira (26) a nova cepa do coronavírus identificada na África do Sul como variante de preocupação (VOC, na sigla em inglês). A classificação é uma medida de alerta sobre os possíveis efeitos da variante, nominada como Ômicron, na pandemia de Covid-19. O que se sabe até o momento é que a nova tem capacidade de transmissão maior e imune a vacinas.

Responsável na OMS por assuntos relacionados à Covid-19, Maria van Kerkhove solicitou a ampliação da vigilância epidemiológica e o incremento dos sequenciamentos genéticos das amostras da Ômicron. A decisão da entidade ocorre um dia após o governo da África do Sul confirmar publicamente a circulação da variante, caracterizada por “constelação incomum de mutações”.

O comunicado da OMS levou ao menos nove países a adotarem restrições a viajantes com passagens pela África do Sul e nações vizinhas, como a Namíbia. Entre os países que adotaram barreira sanitária estão Reino Unido, Alemanha e França. No Brasil, a Anvisa recomendou ação similar, mas o presidente Jair Bolsonaro, o negacionista de plantão, descartou essa possibilidade.

O ministro da saúde da África do Sul, Mathume Joseph Phaahla, disse, durante coletiva de imprensa concedida nesta sexta-feira, que são “injustificadas” a reação de alguns do Reino Unido e da União Europeia, que restringiu voos do país africano.

De acordo com Phaahla, cientistas indicaram que a nova cepa pode ser mais transmissível por causa das mutações, mas não há indicação de que a variante é mais perigosa.

“Quando você encontra uma variante no país, você não sabe onde originou. Muitos desses países (que estão adotando restrições contra a África do Sul) tiveram medidas draconianas. Alguns países estão com mais infecções do que a África do Sul. Isso não parece científico de jeito nenhum, esse tipo de reação quer colocar culpa em outros países”.

 
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Chamada de B.1.1.529, a nova variante é responsável por 22 casos de Covid-19 na África do Sul até o momento. Adrian Puren, diretor executivo do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD), afirmou que apesar de os dados até o momento serem limitados, especialistas do Instituto trabalham para definir mecanismos de vigilância, o que permite decifrar a nova variante e seus efeitos.

Os casos detectados e a quantidade de testes com resultados positivos para o novo coronavírus aumentaram rapidamente nas províncias de Gauteng, a mais populosa do país, North West e Limpopo.

A chefe da divisão de vigilância e resposta em saúde pública do NICD, Michelle Groome , disse que autoridades de saúde provinciais continuam em alerta máximo e estão priorizando o sequenciamento de amostras positivas para Covid-19.

Até o momento não há estudos conclusivos a respeito da variante Ômicron, mas dados preliminares apontam que a nova cepa tem maior capacidade de transmissão e é imune às vacinas.

Como tem afirmado o UCHO.INFO, a pandemia só estará sob controle quando toda a população do planeta estiver vacinada. Para que os leitores consigam compreender a gravidade da situação, no continente africano 30% dos profissionais de saúde estão vacinados.

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