Desemprego cai para 12,6% no 3º trimestre, mas 13,5 milhões de brasileiros continuam sem trabalho

 
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,6% no terceiro trimestre, mas a falta de vagas de trabalho ainda atinge 13,5 milhões de brasileiros, informou nesta terça-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a primeira vez desde o trimestre terminado em abril de 2020 que a taxa de desemprego fica abaixo de 13%.

Apesar da queda do nível de desemprego, o rendimento real dos brasileiros encolheu e aumentou o número de trabalhadores subocupados e informais. Já o contingente de trabalhadores por conta própria atingiu número recorde. Esse cenário mostra o fracasso da política econômica adotada pela equipe do ainda ministro Paulo Guedes (Economia).

Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE. No trimestre encerrado em agosto, a taxa de desemprego estava em 13,1%, atingindo 13,9 milhões de pessoas, de acordo com os dados revisados da série do instituto.

As maiores taxas de desemprego foram registradas em Pernambuco (19,3%), Bahia (18,7%), Amapá (17,5%) e Alagoas (17,1%). Já as menores, em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,6%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Rondônia (7,8%).

Ocupação cresce, rendimento médio cai

O contingente de pessoas ocupadas foi estimado em 93 milhões, aumento de 4% (3,6 milhões de pessoas a mais) em relação ao 2º trimestre e de 11,4% (9,5 milhões de pessoas) frente ao 3º trimestre do ano passado.

“No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho”, destacou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

No contraponto da queda do desemprego, o rendimento dos brasileiros caiu pelo quarto trimestre seguido, resultado da criação de vagas de trabalho precárias e alta da inflação, que no acumulado de doze meses passou de 10%.

 
O rendimento médio real habitual do trabalhador (descontada a inflação) ficou em R$ 2.459, o que representa queda de 4% na comparação ao trimestre anterior e redução de 11,1% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Trata-se também do menor rendimento médio desde o final de 2012.

De acordo com Beringuy, os números indicam que o aumento da ocupação foi puxado por vagas de trabalho com salários menores. “Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação”, explicou.

Salário ideal

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que em outubro o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 5.886,50. Esse valor é suficiente para a sobrevivência de uma família de quatro pessoas. Em contrapartida, o salário mínimo vigente no País é de R$ 1.100,00, ou seja, 18,7% da remuneração ideal calculada pelo Dieese.

Os valores acima mostram que não apenas a dignidade do trabalhador está longe do razoável, mas também a recuperação econômica. Como sempre afirma o UCHO.INFO, é impossível em recuperação da economia em um país cuja maioria da população recebe menos de dois salários mínimos por mês

Desalentados e subocupados

A população desalentada, de acordo com o IBGE, somou 5,1 milhões de pessoas no 3º trimestre, mas registrou redução de 6,5% (menos 360 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e de 12,4% contra o contingente de um ano atrás (5,9 milhões de pessoas).

O universo de subocupados, ou seja, que trabalha menos horas do que gostaria, totalizou 7,8 milhões de pessoas, contra 7,7 milhões no trimestre anterior e 6,3 milhões há 1 ano.

30,7 milhões sem oportunidade

A Pnad Contínua mostrou que faltavam oportunidades no mercado de trabalho para cerca de 30,7 milhões de pessoas, consideradas pelo IBGE como trabalhadores subutilizados. Há um ano, porém, 33,7 milhões de trabalhadores estavam nessa situação.

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