O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheu 0,1% no terceiro semestre deste ano em relação aos três meses anteriores, divulgou nesta quinta-feira (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se do segundo recuo consecutivo do PIB, após a economia ter retrocedido 0,4% no segundo trimestre, o que significa que o País entrou em recessão técnica, pela definição de economistas (dois semestres seguidos de queda). O resultado do segundo trimestre, antes estimado em -0,1%, foi revisado para baixo.
Em comparação com o mesmo período de 2020, no entanto, a maior economia da América Latina avançou 4% no terceiro trimestre deste ano. No acumulado de 12 meses até setembro, houve expansão de 3,9% frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
A retração no terceiro trimestre foi puxada por um encolhimento de 8% na atividade agropecuária. A indústria se manteve estável, enquanto os serviços cresceram 1,1%, e o consumo das famílias teve leve alta de 0,9%.
O resultado do PIB é compatível com projeções tanto do governo quanto de economistas de que, apesar da estagnação econômica atual, o Brasil encerrará 2021 com um crescimento de cerca de 4,8% após ter sofrido uma retração histórica de 4,1% em 2020 em consequência da crise gerada pela pandemia de covid-19.
Após uma recuperação iniciada no terceiro trimestre de 2020, quando o PIB avançou 7,8% na comparação com o período anterior, o ritmo da economia voltou a diminuir a partir de abril deste ano. Nos primeiros três meses de 2021, ainda havia sido registrada uma leve expansão, de 1,3%.
Apresentado aos eleitores, em 2018, como “Posto Ipiranga”, em alusão ao mote da campanha publicitária da conhecida rede de postos de combustíveis, o ministro Paulo Guedes ainda não conseguiu fazer jus à alcunha. O titular da economia vem, desde então, usando declarações falsas e metáforas absurdas para justificar o fracasso da política econômica do governo Bolsonaro.
Diante do anúncio do IBGE, Guedes disse que o recuo do PIB foi localizado. Para o ministro, o evento decorre do impacto da crise hídrica na agricultura e na indústria. Diferentemente do que afirma Paulo Guedes, a economia brasileira parou, cenário percebido pelos brasileiros no dia a dia.
Por outro lado, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, sob o comando de Adolfo Sachsida, alegou em nota que “mais importante que o número” é a “qualidade” do crescimento. A SPE pode justificar como quiser o resultado do PIB, mas o desafio maior é convencer a população acerca de uma crise que só piora.
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