Covid-19: África do Sul enfrenta alta sem precedentes de novos casos

 
Em meio às incertezas sobre a variante ômicron do novo coronavírus, Michelle Groome, cientista do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul, afirmou que o país está enfrentando uma alta sem precedentes de infecções devido à nova cepa.

O país registrou, na quinta-feira (2), 11.535 casos, a maioria na província de Gauteng. O número aumentou mais de 300% em relação ao registrado há uma semana, quando cientistas alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a nova variante.

O ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, afirmou nesta sexta-feira que o país está entrando na quarta onda de Covid-19. Sete das nove províncias da África do Sul já registraram casos da variante, mas por enquanto a situação dos hospitais está sob controle, segundo Phaahla.

“Esta variante é de fato altamente transmissível, inclusive entre pessoas já vacinadas”, disse. Somente cerca de 42% dos adultos receberam ao menos uma dose de vacina no país. Considerando a população total, a taxa está em cerca de 24%.

“Dados preliminares sugerem que a ômicron é mais transmissível e tem alguma evasão do sistema imune”, disse Groome, de maneira mais cautelosa. A especialista afirmou que o vírus está se espalhando mais rápido do que nunca na província de Gauteng, onde ficam Joanesburgo e a capital Pretória.

 
Embora, em geral, pacientes estejam apresentando sintomas leves, Groome alertou que casos graves são esperados ao longo das próximas duas semanas.

Cientistas sul-africanos afirmaram nesta sexta-feira que reinfecções são três vezes mais prováveis com a ômicron do que eram com as variantes delta e beta.

Crianças hospitalizadas

Também nesta sexta-feira, médicos na África do Sul disseram que foi registrada alta nas hospitalizações entre crianças pequenas desde a descoberta da variante ômicron. Os primeiros focos de casos da nova cepa no país se concentraram em estudantes universitários, espalhando-se rapidamente entre jovens, que podem ter transmitido a variante a pessoas mais velhas.

Contudo, cientistas e autoridades de saúde afirmaram ter visto mais hospitalizações de crianças com menos de cinco anos, além de mais testes positivos para a Covid-19 entre crianças com idades entre 10 e 14 anos.

“Vimos uma alta acentuada entre todas as faixas etárias, particularmente entre os com menos de cinco anos”, afirmou Wassila Jassat, do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis, referindo-se às hospitalizações. “A incidência entre os com menos de cinco anos é atualmente a segunda mais alta, atrás somente dos maiores de 60.”

Uma das razões apontadas por especialistas é que crianças com menos de 12 anos ainda não estão sendo vacinadas na África do Sul. Médicos relataram casos em que tanto crianças quanto pais que testaram positivo não estavam vacinados.

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