PF intima Bolsonaro para explicar vazamento de inquérito sigiloso que apura ataque ao sistema do TSE

 
Sempre surfando nos vagalhões da mitomania, o presidente Jair Bolsonaro não mede consequências para alcançar seus objetivos, algo que sua trajetória política não deixa dúvidas a respeito. Disposto a jogar para sua descontrolada e radical plateia, Bolsonaro, desde antes de sua chegada ao Palácio do Planalto, ameaça a democracia e atenta contra o Estado de Direito.

A mais nova epopeia envolvendo o chefe do Executivo passa pela Polícia Federal, que intimou Bolsonaro para dar explicações sobre vazamento de dados e documentos sigilosos de inquérito a cargo da corporação.

Em 4 de agosto passado, o presidente da República divulgou nas redes sociais a íntegra de inquérito da PF que apura suposto ataque ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, que, de acordo com a Corte, não representou risco às eleições daquele ano.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a pedido do TSE, determinou a abertura de inquérito para investigar o vazamento das informações sigilosas. O magistrado ordenou a remoção dos links publicados por Jair Bolsonaro nas redes sociais, com a íntegra da investigação, e o afastamento de delegado responsável pelo inquérito.

Na transmissão pela internet realizada à época (4 de agosto), Bolsonaro e o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) divulgaram o conteúdo do inquérito com o objetivo de, como sempre, colocar em xeque a segurança do sistema eleitoral brasileiro, mais precisamente das urnas eletrônicas.

Ciente de que seu projeto de reeleição corre o risco de fracassar, o presidente Jair Bolsonaro recorre a todos os meios para desacreditar o TSE. Durante meses a fio, Bolsonaro atacou o Tribunal, não sem antes disparar ofensas contra o presidente da Corte eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso.

 
Por ocasião da live, Bolsonaro e o parlamentar distorceram as informações contidas no inquérito, que foram tratadas por ambos como definitivas, mesmo com a investigação em curso, ou seja, sem conclusão.

Logo após a transmissão pela internet, o TSE divulgou nota informando que o código-fonte dos programas utilizados no processo eleitoral é submetido a inúmeros testes, podendo identificar qualquer ocorrência que fuja à normalidade, o que não ocorreu.

Como mencionado anteriormente, a Polícia Federal ainda não concluiu o referido inquérito, devendo o servidor público, como determina a legislação em vigor, proteger informações classificadas como sigilosas.

Adepto do totalitarismo e fã declarado de ditadores e torturadores, Bolsonaro tenta, na esteira de descabidas incursões, justificar com antecedência uma possível derrota eleitoral que, cada vez mais, torna-se visível no horizonte de 2022.

Abusar do vitimismo é a estratégia recorrente de Jair Bolsonaro, que sem saber como se livrar dos efeitos colaterais de uma crise múltipla e crescente recorre a expedientes que não cabem em qualquer regime democrático.

Bolsonaro é um aprendiz de tiranete que, à sombra do populismo barato e tosco, tenta se equilibrar no poder. Por quanto tempo não se sabe, mas sua derrota nas urnas começa a ser o desejo da maioria dos brasileiros, muitos deles arrependidos de terem votado em um representante do que há de pior na política nacional.

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