Governador de São Paulo, o “marqueteiro” João Agripino da Costa Dória Júnior é responsável por implodir o PSDB, partido que descaracterizou após a chegada presidenciável tucano. Percebendo que seu projeto de concorrer ao Palácio do Planalto está empacado e esfarelando, Dória agora ataca o ex-governador Geraldo Alckmin, que nesta quarta-feira (15) deixou o PSDB, como anunciado.
Alckmin, que apadrinhou a candidatura de João Dória à prefeitura da capital paulista, em 2016, está sendo criticado pelo outrora “afilhado político” por causa de possível aliança com o ex-presidente Lula, que está na dianteira das pesquisas eleitorais.
Assim como afirmamos, em 2016, que Alckmin se arrependeria por defender a candidatura de Dória, hoje defendemos a tese de que o melhor em termos políticos para o ex-governador de São Paulo é um retorno ao Palácio dos Bandeirantes.
Nesta quarta-feira, em Brasília, Dória disse que cabe à imprensa julgar quem durante 33 anos criticou o PT e agora avalia a possibilidade de fazer dupla com o ex-presidente da República. Se tem alguém no País desprovido de moral para criticar Geraldo Alckmin, esse certamente é João Dória. De acordo com Luiz Carlos Franco, seu então assessor na Paulistur, Dória é “tão verdadeiro quanto nota de R$ 30,00”.
Quem conhece os bastidores da política sabe do desapreço que o saudoso Mario Covas tinha por Dória. Em desabafo publicado em seu perfil no Facebook, Luiz Carlos Franco escreveu: “Vomito quando vejo Dória falando de Mário Covas, que não o digeria. Mário entrava na sala de João, no Anhembi, batendo cinzas de cigarro no chão, por não aturar o executivo imposto pelo grande governador Franco Montoro. Covas não o suportava, e ele vem dizer que era amigo e que muito aprendeu com Covas.”
Esse é o presidenciável do PSDB que ousa criticar Geraldo Alckmin por eventual aliança com o PT, como se ele [Dória] não tivesse se bandeado para o lado de Bolsonaro, em 2018, para vencer a eleição ao governo paulista. Naquele ano, João Dória atacou veementemente o PT e Lula, a quem chamou de corrupto.
O ainda governador de São Paulo pode estar com problemas de memória, mas aproveitamos para lembrá-lo do escândalo de corrupção que emoldurou o processo de licitação da PPP da Iluminação Pública na capital paulista.
Na ocasião, após ex-integrantes do Ilume (Departamento de Iluminação Pública de São Paulo) serem flagrados em gravações falando sobre dinheiro de propina e outros quetais, Dória se fez de desentendido. Demitiu os acusados de envolvimento, mas arrumou para alguns a famosa “boquinha” na estrutura da máquina estadual. Até porque, quem sabe muito precisa continuar calado.
O UCHO.INFO tem um arsenal de gravações que pode mandar João Dória e sua trupe pelos ares. Em diversas edições o abordamos o tema de forma detalhada, mas decidimos aguardar o início da campanha presidencial para divulgar o “melhor” das estarrecedoras gravações. O Ministério Público de SP estranhamente arquivou o caso por falta de provas, logo após a eleição de João Dória.
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