Servidores do Banco Central iniciam movimento de entrega de cargos de chefia e prometem paralisação

 
Em ato semelhante ao protagonizado na última semana por servidores da Receita Federal, o sindicato dos funcionários do Banco Central (Sinal) iniciou nesta segunda-feira (3) movimento de entrega de cargos de chefia na autarquia.

De acordo com a entidade, o BC conta com cerca de 500 posições comissionadas. Em nota, o Sinal afirmou que será elaborada nos próximos dias uma lista com os nomes de quem aderiu ao movimento.

Os servidores pedem reajuste salarial após o Congresso Nacional aprovar previsão de reposição apenas para policiais federais no Orçamento de 2022, com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL). Esse aumento, que tem caráter meramente eleitoreiro, é um escárnio se considerado o fato que o salário mínimo foi reajustado apenas com base na inflação.

“Estamos começando hoje, a ideia é fazer reuniões virtuais com servidores de todo o Brasil para convencê-los a aderir, até como forma de pressão para conseguir uma reunião com o presidente [do BC] Roberto Campos Neto. A gente acredita que nas próximas duas semanas teremos uma lista grande”, ressaltou Fábio Faiad, presidente do Sinal.

 
Os servidores do BC que podem substituir os comissionados também serão convidados a aderir ao movimento, se negando a ocupar as vagas dos titulares.

O sindicato também anunciou a adesão de trabalhadores do BC à paralisação dos servidores federais de diversos órgãos, prevista para o próximo dia 18 de janeiro, organizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).

Faiad afirmou que o objetivo da mobilização é reivindicar reajuste salarial não só para os policiais federais, mas também para os servidores do Banco Central. “Vamos inviabilizar a administração porque não está sendo atendido o pleito justo também para servidores do BC.”

O movimento começou com a entrega de comissões na Receita Federal. O Sindifisco (sindicato da categoria) estima que 951 auditores em postos de chefia deixaram cargos comissionados até a última quinta-feira (30). Esse número supera 90% dos efetivos.

Outras carreiras do Executivo federal e do Judiciário também reagiram ao aumento previsto para policiais federais. Entre as categorias estão servidores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), peritos médicos e auditores agropecuários.


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