Washington exige retirada de tropas russas da Ucrânia e ameaça o Kremlin com sanções

 
Em encontro de aproximadamente oito horas, realizado nesta segunda-feira (10) em Genebra, o governo do presidente de Joe Biden, dos Estados Unidos, mandou um claro recado à delegação russa: Vladimir Putin precisa retirar urgentemente da fronteira ucraniana os 100 mil soldados destacados destacou para a região, gesto que permitiria negociações diplomáticas e eventual acordo. Contudo, qualquer gesto de ameaça de Moscou contra a Ucrânia resultaria em sanções financeiras, comerciais e militares.

O encontro ocorreu em um dos momentos mais tensos da relação entre o Ocidente e o Kremlin. Nos últimos meses, Putin enviou para a região da fronteira com a Ucrânia cerca de cem mil homens, o que criou um temor sobre a segurança do país e da Europa.

A reunião, que aconteceu em um dos momentos mais tensos da relação entre o Ocidente e a Rússia, não produziu sinais de eventual aproximação entre as duas nações. Se a Casa Branca sinalizou com a possibilidade de manter o diálogo, no contraponto o Kremlin não demostrou ter acolhido a proposta. Um novo encontro não tem data marcada.

De acordo com Sergey Ryabkov, negociador russo, o encontro foi “difícil” e até o momento Moscou não conseguiu uma garantia de que não haverá expansão da OTAN para países que fazem fronteira com o território controlado pela Rússia.

Desmentido oficial

No último sábado (8), os Estados Unidos desmentiram notícias de que o país estaria se preparando para reduzir seus contingentes militares no Leste Europeu, no âmbito das conversas com a Rússia sobre a Ucrânia.

Citando diversas fontes, a emissora NBC News noticiou na sexta-feira que o governo de Washington poderia avaliar uma redução de suas tropas na região, desde que a Rússia se retirasse da fronteira com Ucrânia e de outros territórios.

 
“Na verdade, temos sido claros com a Rússia, em público e privadamente, que, caso ela continue a invadir a Ucrânia, daríamos reforço a nossos parceiros da Otan no flanco oriental, com os quais temos uma obrigação sagrada enquanto aliados”, escreveu Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado, no Twitter.

Sob condição de anonimato, um alto funcionário do governo americano contou a repórteres, durante entrevista coletiva organizada pela Casa Branca, que os EUA estariam dispostos a discutir determinados pontos, entre os quais a mobilização de mísseis na Ucrânia e os limites dos treinamentos militares no Leste da Europa.

No entanto, prosseguiu o integrante do governo americano, os acertos dependeriam da disposição da Rússia de deixar de forças militares para ameaçar a Ucrânia. Além disso, não se faria qualquer acordo sem envolver na discussão Kiev e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Insultos sujeitos à lei marcial

Embora a Ucrânia seja o assunto mais premente, os recentes eventos no Cazaquistão também provocaram uma guerra verbal entre o Departamento de Estado americano e o Ministério do Exterior russo.

Na sexta-feira, Blinken alertou, referindo-se à ex-república soviética: “Uma lição da história recente é que, uma vez que os russos estão na sua casa, às vezes é difícil fazê-los ir embora.”

Por sua vez, o Ministério do Exterior em Moscou mostrou-se ofendido, escrevendo no serviço de mensagens Telegram: “Se Antony Blinken gosta de aulas de história, então deve levar o seguinte em consideração: quando os americanos estão na sua casa, é difícil permanecer vivo, sem ser assaltado nem violentado.”

Em tese, tais insultos estariam sujeitos às leis militares americanas conhecidas como Código Uniforme de Justiça dos EUA, podendo resultar em uma corte marcial por violação de conduta. (Com agências internacionais)

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