Considerada mais leve do que as cepas anteriores, o que é uma irresponsabilidade, a variante ômicron do novo coronavírus continua a fazer estragos por toda parte do planeta, com recorde de 3 milhões de casos de Covid-19 nas últimas 24 horas.
No Brasil, a exemplo que ocorrem em muitos países, a nova variante tem impactado diversos setores, como saúde, comércio e aviação. Companhias aéreas brasileiras anunciaram o cancelamento de centenas de voos até o final de janeiro por causa do elevado número de infecção pelo novo coronavírus, que reduziu o número de profissionais de aviação em ação – pilotos, copilotos, comissários e pessoal de terra.
No setor de bares e restaurantes a situação não é diferente, já que profissionais desse segmento da economia têm solicitado cada vez mais afastamento por determinação médica. Mesmo com o elevado índice de desemprego no País, contratar temporários para suprir a ausência dos afastados não é tarefa simples, já que para atuar na área é necessário um mínimo de formação.
O mais novo segmento a sofrer com a variante ômicron é o comércio. Lojistas solicitaram às autoridades a redução do horário de funcionamento dos centros comerciais em razão da redução do número de funcionários por causa da pandemia. Muitos comerciantes têm afixado na fachada das lojas cartazes informando o menor número funcionários como forma de justificar o horário reduzido ou até mesmo o não funcionamento.
O Sindicato dos Comerciários de São Paulo anunciou que enviará às entidades patronais, nos próximos dias, manifestação de apoio à proposta de mudança no horário de funcionamento das lojas localizadas em centros comerciais. A sugestão de reduzir o horário de funcionamento das partiu da Associação Brasileira de Lojistas Satélites (ABLOS).
Ricardo Patah, presidente do sindicato, propõe a retomada de práticas descartadas ao longo da pandemia, como medição de temperatura dos visitantes na entrada dos estabelecimentos e controle do número de clientes no interior das lojas.
“Acho que, neste período, nós temos que voltar com isso. Não é para fechar tudo, mas tomar mais cuidado. E neste período de janeiro, em que as vendas não são tão elevadas e muitas lojas não têm quadro para dois turnos, que diminuam os horários de funcionamento dos shoppings”, disse Patah ao jornal “Folha de S.Paulo”.
De acordo com o dirigente sindical, os comerciários também solicitam a realização de testes para Covid-19 em razão do crescimento da contaminação pelo novo coronavírus no transporte público.
“Não há dúvida de que, por causa das vacinas, a consequência não está sendo letal. Mas ainda assim a situação é preocupante, e medidas precisam ser tomadas de forma conjunta entre trabalhadores, área patronal e governo”, afirmou o presidente do sindicato.
No contraponto, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) afirma que vem acompanhando a situação da variante ômicron, mas destaca que os cenários diferem de um estabelecimento para outro. “Requer um olhar único para cada caso pontual e não uma regra generalizada que inviabiliza o setor, uma vez que já foi exposto que os shoppings são capazes de operar com responsabilidade e segurança”, ressalta a Abrasce em nota.
Os empresários e a sociedade devem deixar de lado o discurso de que a variante ômicron provoca sintomas mais leves do que as cepas anteriores, pois o problema maior está na sobrecarga do sistema de saúde, em especial o público, além da ausência de trabalhadores em outros segmentos em razão de afastamento médico.
Não obstante, qualquer cidadão com doses rasas de coerência sabe que um maior afluxo de contaminados pelo coronavírus aos hospitais prejudicará outros pacientes que necessitam de atendimento médico e de tratamento de outras doenças. É importante lembrar que alguns hospitais já começam a cancelar cirurgias eletivas.
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