O cenário eleitoral de 2022 saiu do campo das pesquisas de opinião e desembarcou no Palácio do Planalto, onde o presidente Jair Bolsonaro começa a sentir a reação de alguns apoiadores de outrora que têm interesses políticos. O mais ameaçador deles é Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação que deixou o Brasil às pressas rumo aos Estados Unidos com medo de ser preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
Weintraub voltou ao País de olho na disputa pelo governo de São Paulo, acreditando que Bolsonaro não levara adiante a ideia de lançar Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, como seu candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Tanto Weintraub quanto Freitas não têm cacife eleitoral para disputa desse naipe.
O ex-ministro da Educação chegou ao Brasil atirando e disse que Bolsonaro teria afirmado durante reunião que sabia que seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro, era alvo de investigação policial por causa do esquema criminoso das “rachadinhas”.
O encontro foi confirmado pelo ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência, general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, que deixou o staff palaciano após “artilharia” do chamado “gabinete do ódio”. Santos Cruz ratificou a declaração de Weintraub, mas preferiu se esquivar em relação a possível acesso à informação privilegiada, assunto que recheia o depoimento do empresário Paulo Marinho, então apoiador de Bolsonaro.
Contudo, a reação de Abraham Weintraub não deve parar tão cedo, a não ser que o Palácio do Planalto entre em cena para contê-lo, o que significa oferecer alguma contrapartida. O ex-titular da Educação, que protagonizou fiascos memoráveis, criticou nesta terça-feira (18) a substituição de ministros do governo Bolsonaro por integrantes do sempre famigerado Centrão, o que há de pior na política brasileira.
A crítica de Weintraub é endossada pelo ex-chanceler Ernesto Araújo, que no campo das relações internacionais impôs ao Brasil vexames históricos. Araújo, que caiu no ostracismo após deixar o comando do Itamaraty, disse que o Centrão “começou a dominar o governo e a pautar o governo”.
Enquanto Ernesto Araújo, que se alimenta dos devaneios da extrema direita, possivelmente não avançará de forma mais impetuosa com as investidas contra o presidente da República, Abraham Weintraub já deu sinais de sua disposição de continuar na trincheira. Ao afirmar que Bolsonaro foi informado com antecedência sobre a investigação das “rachadinhas”, o ex-ministro da Educação mandou um recado de forma cifrada. Sabe muito além do que o presidente gostaria.
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