Queiroga quer aguardar publicação da decisão da Anvisa sobre a Coronavac para crianças e adolescentes

 
Se o governo de Jair Messias Bolsonaro puder atrapalhar no campo da vacinação contra Covid-19, como forma de impulsionar o negacionismo em relação à pandemia, é certo que isso acontecerá em todas as instâncias, mesmo que seja apenas para lançar dúvidas sobre o assunto.

Nesta quinta-feira (20), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a pasta aguarda a publicação da íntegra da decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que liberou o uso da CoronaVac para crianças de 6 a 17 anos.

Queiroga, que aderiu ao discurso negacionista de Bolsonaro, quer esperar a publicação do comunicado da Anvisa no Diário Oficial da União antes de incluir o imunizante no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação (PNO), mas garantiu que “todas as vacinas autorizadas pela Anvisa são consideradas”.

“Todas as vacinas autorizadas pela Anvisa são consideradas para a PNO. Aguardamos o inteiro da decisão e sua publicação no DOU”, escreveu Queiroga em publicação no Twitter.

A liberação por parte da Anvisa foi aprovada, nesta quinta-feira, de forma unânime pelos cinco diretores do órgão. Inicialmente, o Butantan pediu autorização para vacinar crianças a partir de 3 anos, mas a agência alegou falta de estudos suficientes que comprovem a eficácia para essa faixa etária, decidindo validar a aplicação da CoronaVac apenas em crianças com 6 anos ou mais.

 
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A faixa etária que pode ser vacinada contra Covid-19 no Brasil não sofre alteração, mas, com a aprovação da CoronaVac para crianças, a oferta de vacinas será maior, garantindo imunização em tempo menor.

O Instituto Butantan já tem no estoque 10 milhões de doses da Coronavac. Até então, apenas o imunizante da Pfizer/BioNTech estava liberado para crianças a partir de 5 anos, mas as doses que chegam ao Brasil não são suficientes para vacinar o público infantil.

É importante lembrar que o Ministério da Saúde demorou um mês para incluir a vacina da Pfizer no programa de imunização, demora causada pela resistência do presidente da República ao tema.

Uma consulta pública foi lançada pelo ministério para colher a opinião da população sobre a vacinação de crianças e adolescentes, mas o governo sofreu um enorme revés com o resultado.

Na audiência pública realizada para divulgar os resultados da consulta, dados de médicos e especialistas favoráveis à imunização pediátrica foram vazados nas redes sociais pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), bolsonarista de carteirinha e dona de sabujice nauseante.

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