De olho na reeleição, Bolsonaro corta verbas do Trabalho e da Educação, mas mantém fundo eleitoral bilionário

 
Na campanha eleitora de 2018, o então candidato Jair Bolsonaro afirmou ao final de um dos debates que era o único postulante ao Palácio do Planalto de solucionar os muitos problemas existentes no País. Naquele momento, o UCHO.INFO alertou para a declaração farsesca, afirmando que Bolsonaro sempre foi um populista descontrolado, além de ser desprovido de competência para cargo de tanta relevância e responsabilidade.

O Orçamento da União de 2022, sancionado na última sexta-feira (21) e publicado no Diário Oficial desta segunda é prova maior do desastre em que se transformou a eleição de Bolsonaro, que agora está focado na conquista de novo mandato. Até hoje, o desastre patrocinado pelo atual governo exigirá pelo menos duas décadas de esforço para reparar os danos.

No momento em que a desigualdade social avança de forma deliberada, Bolsonaro cortou R$ 1,005 bilhão do Ministério do Trabalho e Previdência, onde o INSS é o mais afetado com a “tesourada” presidencial, e R$ 802,629 milhões da Educação, sendo R$ 499 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

 
No contraponto, de olho na corrida presidencial de outubro próximo, Bolsonaro manteve intactas as verbas do orçamento secreto (R$ 16,48 bilhões) e do fundo eleitoral (R$ 4,96 bilhões), além de despesas de interesse eleitoral do presidente e dos parlamentares, como o Auxílio Brasil e o reajuste a servidores federais, sem especificar quais categorias serão beneficiadas.

Com a sanção do Orçamento, o aumento dos recursos do fundão eleitoral para R$ 5,7 bilhões, como querem os parlamentares, parece ter sido descartado, mas não se pode fechar os olhos para as verbas do orçamento secreto, que permite a deputados e senadores manobrarem os valores no destino das emendas, o que de alguma maneira incentiva a corrupção.

Apesar da manutenção do valor do fundão eleitoral (R$ 4,96 bilhões), a verba representa recorde de recursos públicos para custear campanhas eleitorais. Em 2018, o fundo eleitoral ficou em R$ 1,7 bilhão, enquanto em 2020 foi de R$ 2 bilhões.

O Brasil vive uma crise múltipla e sem precedentes – com destaque para educação, desemprego e pandemia –, mas Jair Bolsonaro, que prometeu combater o malfadado “toma lá, dá cá”, confirma que é refém do Centrão, o que há de pior na política nacional. Esse cenário desalentador aponta para o avanço do cipoal de problemas que há muito vem tirando o sono da extensa maioria da população.

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