Moraes compartilha provas do vazamento de dados por Bolsonaro com inquérito sobre milícias digitais

 
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (8) o compartilhamento de provas do inquérito sobre o vazamento de dados sigilosos pelo presidente Jair Bolsonaro com a investigação sobre a atuação de uma milícia digital contra a democracia e as instituições.

Moraes atendeu a um pedido da delegada Denisse Ribeiro, da Polícia Federal, considerado pertinente pelo magistrado por eventuais semelhanças entre os “modi operandi” dos grupos investigados nos respectivos inquéritos.

“Verifico a pertinência do requerimento da autoridade policial, notadamente em razão da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas com as apuradas nos Inquéritos 4.874/DF e 4.888/DF, ambos de minha relatoria”, escreveu Moraes na decisão.

No primeiro inquérito, a PF concluiu que Bolsonaro cometeu crime ao vazar dados sigilosos de inquérito da corporação sobre um ataque ao sistema de informática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O tribunal já esclareceu que o mencionado ataque, ocorrido em 2018, não causou riscos à segurança do processo eleitoral daquele ano.

 
Além disso, para afastar qualquer teoria da conspiração alimentada pelo bolsonarismo, as urnas eletrônicas não são passiveis de ataque ou invasão por que não são conectadas à rede mundial de computadores.

Em relação aos dados vazados por Bolsonaro, o presidente publicou em rede social a integra do relatório da PF, à época não concluído, além de distorcer informações sobre a investigação durante uma das suas enfadonhas lives semanais.

Os dados da referida investigação serão compartilhados com a equipe que apura a atuação de uma milícia digital que atua para desestabilizar a democracia, o Estado de Direito e as instituições brasileiras. No rol dos investigados estão os filhos de Bolsonaro e alguns aliados.

Em qualquer país razoavelmente sério e com autoridades dotadas de coragem, Jair Bolsonaro já teria sido afastado do cargo e estaria a ações penais em razão dos muitos crimes que cometeu desde que chegou ao Palácio do Planalto. Contundo, como boa parte do Congresso foi comprada pelo Executivo, a piada pronta continua avançando.

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