Alfabetização combalida

(*) Gisele Leite

Com a pandemia de coronavírus, a faixa etária de cinco a dez anos, que corresponde a do ensino fundamental, foi severamente afetada seja pela exclusão como pela expressiva evasão escolar no período de ensino remoto.

Registra-se que mais de cinco milhões de crianças prosseguem sem acesso à educação durante a pandemia de Covid-19 no Brasil. Alguns estudiosos do tema, apontam que a aula presencial poderá significar o momento de reversão da evasão escolar.

A pandemia reverteu a universalização da alfabetização. A maior preocupação tanto de educadores como dos responsáveis de crianças e adolescentes, sobre as lacunas na alfabetização durante a pandemia, caso não venham a ser enfrentadas, virem uma progressão maligna que prejudique o desempenho de crianças nas etapas seguintes de ensino.

O que não justifica o retorno açodado às aulas presenciais sem a devida atenção aos protocolos sanitários, a fim de evitar a disseminação do coronavírus. As competências de leitura e escrita que a criança deve desenvolver são cruciais para toda aprendizagem e, para melhorar o IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano.

O analfabetismo no Brasil em crianças, segundo a ONG Todos pela Educação, aumentou em 66% o número de crianças que não sabem ler nem escrever. E, um dos fatores agravantes, é que nessa faixa etária, elas têm pouca autonomia no ensino remoto, e a falta de contato próximo aos professores agrava o problema.

Segundo os dados mais recentes, de 2019, o Brasil tinha em média 57% dos alunos do 5° ano do fundamental 1 com conhecimentos adequados em língua portuguesa, aumento de 7 pontos percentuais em relação a 2015.

Precisamos urgentemente de políticas públicas de educação para evitar que a defasagem de alfabetização escalone em diversas partes do país. Há de se projetar planos de forma a combater a gravidade dos impactos da pandemia de Covid-19.

(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.

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