Durante a campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO afirmou que, caso eleito, Jair Bolsonaro tentaria dar um “cavalo de pau” na democracia brasileira. Com o Palácio do Planalto recheado por golpistas enrustidos, que ousam falar em democracia e respeito á Constituição de 1988, Bolsonaro tentou dar o golpe final na democracia nas comemorações do Sete de Setembro, mas o plano fracassou.
De lá para cá, o presidente da República retomou os discursos que colocam em xeque a confiabilidade das urnas eletrônicas, fazendo declarações absurdas, fantasiosas e sem qualquer tipo de comprovação. Mesmo assim, Bolsonaro insiste no tema porque sabe que a derrota na eleição presidencial de outubro próximo é quase certa.
Na tentativa de intimidar os Poderes constituídos e a instituições, não sem antes ameaçar o Estado de Direito, Bolsonaro colocou as Forças Armadas no enredo que tem o sistema eleitoral brasileiro na mira. Isso porque o presidente tenta intimidar os integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a alegação de que o processo de escolha do próximo chefe do Executivo deve ser transparente e confiável, como se assim não fosse.
O mais novo capítulo da ópera golpista traz na proa ninguém menos que o general da reserva Walter Braga Netto, que de olho na vaga de vice na chapa de Bolsonaro se sujeito a papel ridículo. Todo brasileiro de bom-senso sabe que Braga Netto é um golpista enrustido – ao contrário de Augusto Heleno, um entusiasta declarado do golpismo –, mas lançar ilações sobre o processo eleitoral por mera sabujice é um comportamento nauseante.
Nos últimos dias, Bolsonaro tem repetido em conversas com apoiadores e em transmissões pela internet que no final de 2021 as Forças Armadas identificaram pontos de vulnerabilidade no processo eleitoral.
A torpe estratégia palaciana, da qual faz parte Braga Netto, é vender a ideia de que os militares que não ocupam cargos no governo estão ao lado de Jair Bolsonaro em seu projeto de reeleição. A tentativa de Braga Netto de intimidar o TSE apenas para se cacifar como candidato a vice chega a causar engulhos.
Vale ressaltar que nas coxias da caserna a investida de Bolsonaro e Braga Netto contra o Judiciário, mais especificamente contra o TSE, não foi bem digerida. Os questionamentos feitos ao TSE sobre o processo eleitoral ficaram a cargo de um estafeta de Braga Netto no Ministério da Defesa, ou seja, não passou pelo Exército.
Na última quinta-feira (1), em mais uma das suas enfadonhas “lives”, Bolsonaro voltou a atacar o sistema eleitoral, alegando que “não é de confiança de todos nós ainda”.
“A máquina, tudo bem, a máquina não mente. Mas quem opera é um ser humano. Então ainda existem muitas dúvidas no tocante a isso e a gente espera que nos próximos dias a gente tire essa dúvida”, disse o presidente.
Considerando que os fardados que ocupam cargos no governo não passam de epígonos do golpe de 64, a nova invencionice rasteira e covarde foi desenhada por um grupelho que não aceita a ideia de que dentro de alguns meses será escorraçado do Poder central, para o bem da democracia e do País.
A farsa palaciana é tão pífia e ordinária, que o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, afirmou ao jornal “O Globo” que Bolsonaro não aceitará as respostas que serão dadas pelo tribunal.
Além disso, Barroso disse que os ataques do presidente da República contra a democracia, o Estado de Direito, o processo eleitoral e integrantes do Judiciário são fruto das “limitações cognitivas e baixa civilidade” de Bolsonaro.
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