Federações partidárias e candidatura de “terceira via” visando às eleições de outubro continuam patinando

 
O tema das federações partidárias continua agitando o meio político, mas não o suficiente para definir uma candidatura da chamada “terceira via”. Esse impasse tende a repetir a disputa presidencial de 2018, quando candidato ensaiaram uma candidatura única para se contrapor a Jair Bolsonaro e a Fernando Haddad. A proposta não prosperou porque todos os candidatos entusiastas da ideia queriam ser “cabeça de chapa”. E o resultado todos conhecem.

Agora, faltando alguns meses para as eleições e com a proximidade do fim da janela eleitoral, quando políticos podem mudar de partido, a discussão sobre federações ganha ritmo acelerado, mas sem definir um “norte”. Isso porque tudo o que se viu até o momento nessa seara foi um amontoado de balões de ensaio.

O União Brasil – fruto da fusão do PSL com o DEM -, o MDB e o PSDB ensaiaram uma federação, mas o assunto perdeu força. Afinal, a vaidade política de muitos pretensos candidatos e os interesses partidários dificultam acordos. O União Brasil afirma que terá candidato próprio, o MDB aposta do baixo índice de rejeição da senadora Simone Tebet (MS), enquanto o senador alagoano Renan Calheiros defende aliança com o ex-presidente Lula. No PSDB, que já sinaliza a possibilidade de rifar a pré-candidatura de João Dória Júnior, enfrenta a resistência do governador paulista nos bastidores.

No último final de semana surgiu a informação de que o Cidadania aceita formar uma federação com o PSDB, o que de certa forma prolonga por mais algum tempo a pré-candidatura de Dória, que não aceita ser candidato a vide de alguém ou concorrer a outro cargo. Ao governador paulista, que é personalista, resta trair o vice-governador Rodrigo Garcia, que há alguns meses trocou o DEM pelo PSDB com a promessa de ser candidato ao governo de São Paulo. E nesse quebra-cabeça Dória teria como última carta tentar a reeleição.

Ex-juiz da Lava-Jato e ex-ministro da Justiça. Sérgio Moro está filiado ao Podemos e tentou flertar com o União Brasil, que tem à disposição fundo eleitoral de aproximadamente R$ 1 bilhão. Como campanha presidencial requer boa dose de dinheiro para ser competitiva, a tentativa de flerte é compreensível. Além disso, Moro não aceita ser candidato a vice ou disputar outro cargo eletivo, que não a Presidência da República.

 

Gilberto Kassab – ex-prefeito da cidade de São Paulo, ex-ministro no governo Temer e fundador do PSD – é conhecido por sua habilidade como negociador político. Há muito, o UCHO.INFO afirma que Kassab não descartaria eventual aliança com Lula, assunto que foi confirmado nos últimos dias.

Ao mesmo tempo, Kassab, que desistiu de levar Geraldo Alckmin para o PSD, agora acena com a possibilidade de lançar Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, como candidato ao Palácio do Planalto. Para isso, Leite, que está no PSDB, teria de migrar para o PSD. Aliás, muitos secretários do governo gaúcho devem filiar-se ao PSD, o que é visto com impulso para Leite seguir o mesmo caminho.

Eduardo Leite diz que cavalo quando passa encilhado não se deve perder a montaria. O governador gaúcho alega, comparando o cavalo encilhado à oportunidade de concorrer à Presidência da República, que não perderá a chance da segunda montaria. A primeira aconteceu durante as prévias do PSDB, quando ele perdeu para João Dória.

Nos bastidores, os tucanos tentam convencer Eduardo Leite a não deixar o PSDB e tentar a reeleição, algo que o governador gaúcho disse que não faria por ocasião de sua candidatura ao Palácio Piratini. Caso Leite seja anunciado como candidato ao Palácio do Planalto pelo PSD, a candidatura de Dória ficará ainda mais esvaziada, obrigando o partido a optar por uma federação com força considerável, sob pena de o partido diminuir de tamanho ainda mais.

O UCHO.INFO tem um palpite que não decorre de especulação, mas é fruto de análise da conjuntura atual. Ainda indeciso em relação à filiação a um novo partido e ao convite feito por Lula para ser candidato a vice, o ex-governador Geraldo Alckmin pode “ficar a pé”. Sua filiação ao PSB é defendida pelo ex-governador Márcio França, que deseja ser candidato ao governo de São Paulo pelo partido. Acontece que uma federação que reúna o PT e o PSB já se tornou inviável, pois Lula lançou o nome do senador Fabiano Contarato ao governo do Espírito Santo, onde o atual governador, Renato Casagrande, que é do PSB, busca a reeleição.

Considerando que Kassab tenta atrair Eduardo Leite para o PSD e Lula já sinalizou que o PT pode desistir de lançar o senador Jaques Wagner ao governado da Bahia, abrindo caminho para o também senador Otto Alencar (PSD), não se deve descartar uma candidatura com o ex-metalúrgico como cabeça de chapa e Eduardo Leite como candidato a vice. Caso esse cenário se confirme, é grande a chance de Lula e Leite vencerem a corrida presidencial, quiçá até no primeiro turno. Anotem!

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