Vladimir Putin está disposto a reconhecer repúblicas separatistas na Ucrânia

 
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta segunda-feira (21) que reconhecerá a independência de duas regiões no leste da Ucrânia, controladas por separatistas pró-Rússia. A decisão praticamente enterra os esforços diplomáticos das últimas semanas e ameaça descarrilar as negociações de paz em torno do Acordo de Minsk.

Em pronunciamento ao vivo, o líder russo disse que a situação na região de Donbass é extremamente crítica: “Mais uma vez, enfatizo que a Ucrânia não é somente um país vizinho, mas uma parte de integral nossa herança cultural”, afirmou, referindo-se ao território ucraniano como “as antigas terras russas”.

Putin buscou dar um contexto histórico para explicar a ligação entre os povos da Ucrânia e da Rússia desde antes da era soviética até a queda do regime, afirmando que estariam “conectados diretamente pelo sangue”.

De acordo com Putin, o primeiro líder soviético, Vladimir Lenin, deixou a Rússia em desvantagem histórica e a Ucrânia moderna foi criada pela União Soviética. O país, disse, “jamais teve uma tradição genuína como Estado independente”. Uma vez que o Estado ucraniano não conseguiu se consolidar, o país teria se voltado para as potências do Ocidente, principalmente, os Estados Unidos.

 
“Regime fantoche” do Ocidente

Vladimir Putin se queixou de como a Ucrânia tratou a Rússia após a era soviética. Os protestos de 2015, que resultaram na derrubada do governo pró-Rússia, teriam resultado num golpe de Estado patrocinado pelo Ocidente, principalmente pelos EUA, com milhões de dólares. Essa intervenção, segundo afirmou, ao invés de gerar democracia, cimentou a divisão do país, e as “promessas vazias” do Ocidente vieram acompanhadas pelo aumento da corrupção, pobreza e deixaram a indústria à beira da falência.

Assim, prosseguiu o chefe do Kremlin, a Ucrânia se tornou um “regime fantoche” manipulado pelos EUA. Ele acusou Kiev de planejar produzir suas próprias armas nucleares, além de desenvolver outros armamentos com apoio estrangeiro. o que seria “inaceitável”. A adesão da Ucrânia à Otan seria uma ameaça direta à Rússia. “Tentaram, vez após vez, nos dizer que a Otan é uma organização para paz, mas sabemos a verdade por trás disso”, comentou.

O anúncio de Putin significa uma nova e severa escalada nas tensões entre o Ocidente e a Rússia devido à crise próxima às fronteiras com a Ucrânia. Líderes ocidentais observaram com consternação o anúncio de Putin, e disseram que preparam uma série de sanções imediatas contra a Rússia.

Em referência a essas ameaças de medidas punitivas, Putin assegurou: “Eles imporão sanções de qualquer maneira. Motivos fabricados para as sanções sempre existirão. A Rússia tem o direito de tomar medidas para sua segurança, e é isso que vamos fazer.” E justificou: “Por tudo isso, decidi reconhecer a soberania das repúblicas de Donetsk e Lugansk.” (Com agências internacionais)

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