Contratado pela empresa que cuida da recuperação judicial da Odebrecht, Moro defende “reforma ética”

 
As sessões de “media training” propiciaram a Sérgio Moro modesta melhora em sua oratória, mas o pré-candidato do Podemos à Presidência da República continua sendo uma ode à farsa.

Durante evento promovido pelo banco BTG Pactual, nesta terça-feira (22), Moro afirmou ter uma visão econômica similar à do governador João Doria, pré-candidato do PSDB, e que isso poderia facilitar o diálogo. Esse bom-mocismo político eleitoral de Moro vale desde que ele seja o cabeça de chapa. Afinal, ele próprio disse que não faz sentido ele abrir mão de sua candidatura porque está em 3º lugar nas pesquisas desde que lançou sua pré-candidatura.

“Mas a gente precisa realmente buscar essa união entre todos os pré-candidatos desse centro democrático, se não nós vamos cair nas garras dos extremos e eu acho que não temos tempo a perder”, disse o ex-juiz da Lava-Jato, que continua acreditando ser a derradeira tábua de salvação do Brasil.

Sérgio Moro defende uma candidatura da chamada “terceira via” a partir de um projeto reformista. Na opinião do presidenciável do Podemos é necessário que o governo brasileiro realize reformas de base.

Sem qualquer sinal de rubor facial, Moro falou em três reformas: “tributária, administrativa e ética”, sendo que a última permitirias as duas primeiras. “Não crescemos há muito tempo porque estamos parados, sem lideranças reformistas. O último presidente que fez reformas foi o Fernando Henrique Cardoso”.

 
Que há no País um considerável contingente de pessoas desprovidas de moral para falar sobre reforma ética todo brasileiro coerente sabe, mas Sérgio Moro frequenta a ala ‘vip” desse grupelho de falsos moralistas.

Além de ter atropelado a ética enquanto membro do Judiciário, situação que ficou clara nos julgamentos das ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato, quando agiu fora dos limites da lei para pavimentar seu projeto político, Moro protagonizou um enorme atentado à ética ao aceitar ser contratado pela Alvarez & Marsal, consultoria internacional responsável pela recuperação judicial da Odebrecht, cujos diretores foram condenados pelo então juiz no escopo do Petrolão.

Além disso, Moro, o paladino da moral tupiniquim e defensor de uma reforma ética, causou prejuízo de pelo menos R$ 2,2 milhões aos cofres públicos em razão da falta de pagamento de tributos relativos aos valores recebidos pelos serviços prestados à consultoria Alvarez & Marsal. Considerada multa máxima pela sonegação, o valor chega a quase R$ 3,2 milhões.

Como o ex-juiz não informou às autoridades brasileiras que estava de mudança para os Estados Unidos, prevalece a legislação tributária vigente, apesar de Moro desconhecer o que é cumprimento da lei.

Não obstante, Sérgio Moro, o falso Don Quixote tropical, precisa reconhecer que sua contratação pela Alvarez & Marsal foi marcada por inegável conflito de interesses, já que orientou os acordos de leniência da Odebrecht, que permitiram à empresa optar pela recuperação judicial.

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