Presidente da Ucrânia tem razão ao dizer que o Ocidente abandonou o país em meio à guerra

 
Em discurso televisionado na noite de quinta-feira (24), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o país foi abandonado por líderes globais em meio à invasão russa, que nas primeiras 24 horas deixou ao menos 137 mortos, de acordo com dados do governo de Kiev

“Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado”, afirmou. “Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à OTAN? Todos estão com medo”, lamentou Zelensky.

Além das 137 vítimas ucranianas, definidas pelo presidente como heróis, a ofensiva russa ainda deixou 316 feridos no primeiro dia de confrontos, informou o governo, que sofreu um ataque hacker no final da quinta-feira, ação que deixou os computadores da gestão ucraniana sem os dados.

É preciso dar razão a Volodymyr Zelensky, pois a soberania da Ucrânia foi violada criminosamente por Vladimir Putin, que está disposto a levar adiante o plano imperialista de estabelecer uma região político-ideológica semelhante ao que foi a extinta União Soviética. Putin pretende criar uma federação de nações eslavas.

Um dos principais argumentos de Putin para iniciar uma guerra contra a Ucrânia, sem que a Rússia tivesse sofrido qualquer ataque por parte dos ucranianos, é a possibilidade de a ex-república soviética passar a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Líder da principal potência global, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, demorou a reagir, mesmo que com discurso, à investida russa contra a Ucrânia. O discurso de Biden, que deveria acontecer minutos após o início do ataque, demorou horas.

Erra enormemente quem pensa que sanções econômico-financeiras derrubarão Vladimir Putin do poder. O presidente russo planejou esse ataque à Ucrânia durante aproximadamente uma década e está preparado para enfrentar retaliações diversas. Além disso, Moscou conta com o apoio não declarado da China.

 
Diante do discurso morno de Biden, que disse estar pronto para defender o território da OTAN, Putin não pensou muito para ampliar seu plano e tomar toda a Ucrânia. Em suma, Biden entregou a Ucrânia a Putin.

Na manhã desta sexta-feira (25), a Ucrânia foi alvo de misseis. Explosões foram ouvidas em Kiev, onde militares e agentes russos caçam o presidente da Ucrânia, que encontra-se escondido em um bunker. Em seu pronunciamento, Zelensky afirmou que só deixará a Ucrânia morto.

O presidente ucraniano disse que Moscou o tem como “alvo número 1”. “O inimigo me marcou como o alvo número 1”, afirmou Zelensky. “Minha família é o alvo número dois. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado”, completou.

Na quinta-feira, Volodymyr Zelensky rebateu as acusações de Putin de que seu governo seria conivente com grupos neonazistas e devolveu a comparação à Rússia, acusando Moscou de agir como a Alemanha na Segunda Guerra.

“A Rússia atacou a Ucrânia de uma forma covarde e suicida, como a Alemanha nazista fez durante a Segunda Guerra Mundial”, declarou Zelensky durante discurso transmitido pelo Facebook.

A tática de Vladimir Putin é criar um cipoal de mentiras para justificar suas sandices imperialistas. Afirmar que o governo de Zelensky, que é de origem judaica e teve parentes mortos durante o Holocausto, tem ligações com neonazistas é ignorar os fatos da História.

“Você diz que somos nazistas, mas como um povo pode apoiar os nazistas sendo que demos mais de oito milhões de vidas pela vitória sobre o nazismo?”, questionou.

“Como eu poderia ser nazista? Diga isso a meu avô, que passou a guerra inteira na infantaria do exército soviético e morreu como coronel na Ucrânia independente”, continuou o presidente ucraniano. Segundo Zelensky, três dos irmãos de seu avô morreram no Holocausto.

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