Forças russas tentaram tomar Kiev durante a madrugada, mas militares ucranianos resistiram

 
A alegação farsesca do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para justificar a guerra da Ucrânia caiu por terra quando o líder russo ameaçou a Suécia e a Finlândia com retaliações militares caso ambos os países aderissem à Organização do tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Putin disse inicialmente que atacar o território ucraniano tornou-se inevitável porque cidadãos russos e eram alvo do que chamou de neonazistas. A desculpa de Putin é uma estrondosa mentira, pois o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é de origem judaica e alguns dos seus ancestrais morreram no Holocausto.

“Você diz que somos nazistas, mas como um povo pode apoiar os nazistas sendo que demos mais de oito milhões de vidas pela vitória sobre o nazismo?”, questionou o presidente ucraniano. “Como eu poderia ser nazista? Diga isso a meu avô, que passou a guerra inteira na infantaria do exército soviético e morreu como coronel na Ucrânia independente”, continuou. Segundo Zelensky, três dos irmãos de seu avô morreram no Holocausto.

Depois da alegação absurda, Putin mudou o discurso lentamente para que sua credibilidade na comunidade internacional não fosse pelos ares. O presidente russo passou a dizer que no passado a Ucrânia fazia parte da Rússia e que a proximidade com a OTAN representa uma ameaça.

Diante de um fiasco discursivo, Vladimir Putin decidiu partir para o “tudo ou nada”, atacando com mais força diversas regiões da Ucrânia, obrigando parte da população local a deixar o país. Na noite de sexta-feira (madrugada na Ucrânia), as tropas russas, que já haviam cercado a cidade de Kiev, passaram a atacar a capital ucraniana.

Várias explosões foram ouvidas em Kiev, mas o dia raiou e a previsão de Zelensky de que a capital do país seria tomada não se confirmou. Os militares russos atacaram uma usina de geração de energia elétrica, com o objetivo de deixar a capital ucraniana sem luz. Hackers russos atacaram o sistema de internet, o que fez com que páginas do governo, servidores e provedores de acesso à rede mundial de computadores saíssem do ar.

Uma organização de monitoramento de rede informou ao jornal britânico “The Guardian” a ocorrência de “interrupções significativas” na internet em Kharkiv na quinta-feira (24). Outras interrupções foram rastreadas em toda a Ucrânia, chegando a Kiev, na manhã deste sábado (26). “Grande interrupção” foi registrada na GigaTrans, principal provedora de internet ucraniana que fornece conexão com várias outras redes.

 
O Ministério da Defesa do Reino Unido informou que as tropas russas enfrentaram a resistência dos militares ucranianos, que lutaram bravamente para manter suas posições e preservar locais estratégicos para o país.

Sem contar com esse ingrediente em sua investida criminosa, Putin pediu ao governo do Cazaquistão o envio de tropas militares para reforçar a operação de tomada do território ucraniano, mas a resposta foi negativa.

A ex-república soviética informou que não reconhecerá as repúblicas separatistas apoiadas por Vladimir Putin, pretexto inicial para sua investida contra a Ucrânia. A decisão do Cazaquistão surpreendeu o Kremlin, mas recebeu o apoio dos Estados Unidos.

“Congratulamos o anúncio do Cazaquistão de que não reconhecerá o LPR (república de Luhansk) e o DPR (república de Donetsk”, afirmou o Conselho de Segurança Nacional dos EUA, em comunicado. “Também saudamos a recusa do Cazaquistão em enviar suas forças para se juntar à guerra de Putin na Ucrânia”, completou o órgão do governo norte-americano.

Manter o controle de Kiev tem uma importância não apenas bélico-logística, mas política e psicológica. Isso porque os ucranianos estão resistindo bravamente às investidas dos comandados por Putin. No contraponto, estacoes de trem registram milhares de cidadãos tentando deixar o país, enquanto milhares de pessoas estão abrigadas em estacoes de metrô.

Volodymyr Zelensky disse, logo após o início da guerra, que só deixaria a Ucrânia morto. Na sexta-feira, Zelensky foi visto circulando por ruas de Kiev, acompanhado por assessores, depois que começou a circular a notícia de que ele havia fugido do país.

Os EUA ofereceram ajuda a Kiev para retirar Zelensky e a família da Ucrânia, mas o presidente ucraniano se recusa a deixar o país. Em conversa com Zelensky, autoridades americanas abordaram temas relacionados à segurança, incluindo locais onde o presidente uraniano poderia se esconder, como forma de tentar garantir a continuidade do governo, disse um alto funcionário dos Estados Unidos, sob condição de anonimato, ao jornal “The Washington Post”.

Esse detalhe explica a decisão de Putin de tomar a capital Kiev, pois o objetivo maior é capturar ou matar Volodymyr Zelensky. Por volta das 7 horas deste sábado (horário da Ucrânia), tiros foram ouvidos perto de prédios do governo local, em Kiev.

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