Falastrão, Bolsonaro diz que, fosse possível, daria “murro na mesa” para reduzir preço do combustível

 
A gangorra de narrativas do presidente Jair Bolsonaro sobre os preços dos combustíveis mostra a incompetência devastadora de um governo pífio e populista. Como afirmamos em matéria anterior, Bolsonaro tentou durante meses culpar os governadores pelos elevados preços da gasolina e do diesel, mas o plano fracassou.

O presidente arriscou deixar para o Congresso Nacional a incumbência de encontrar uma solução para o tema que se tornou o principal assunto da e nove entre dez conversas no País. A manobra presidencial tem como justificativa a constante preocupação com a disparada da inflação, o que causaria sérios danos no plano de reeleição do chefe do Executivo.

Em conversa com apoiadores, Bolsonaro disse, nesta quinta-feira (10), horas antes de a Petrobras anunciar a alta dos combustíveis, que não tem como interferir na política de preços da estatal.

Na noite desta quinta-feira, o presidente afirmou que sem os aumentos anunciados pela Petrobras poderia haver desabastecimento de combustíveis em todo o País. Durante sua enfadonha live, transmitida pelas redes sociais, Bolsonaro afirmou que ‘se resolvesse”, daria “murro na mesa” para obrigar a estatal a reduzir os preços dos combustíveis.

Trata-se de mais uma declaração mentirosa e contraditória, pois o presidente não tem como interferir na política de preços da companhia que tem acionistas minoritários e devem ser respeitados, como manda a regra do mercado.

 
Ademais, o congelamento de preços dos combustíveis, a exemplo do que fez a então presidente Dilma Rousseff, causaria um enorme prejuízo à estatal e jogaria para frente o pavio que aciona a bomba da inflação.

Se o desejo de Bolsonaro é dar um “murro” me alguma mesa, que o faça na mesa do ainda ministro Paulo Guedes, já que a política econômica do governo é pífia.

É importante recordar que Guedes afirmou, em fevereiro de 2020, que com o dólar em baixa até empregada doméstica estava viajando para a Disneylândia, como se o Estado não devesse garantir a todos os cidadãos o mesmo ponto de partida.

“Todo mundo indo pra Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia. Uma festa danada. Peraí. Vai passear ali em Foz de Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, cheio de praia bonita. Vai pra Cachoeiro de Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que tá cheio de coisa bonita pra ver”, disse o ministro.

Com a decisão da Petrobras de vincular os preços dos combustíveis à cotação do petróleo no mercado internacional, o dólar valorizado é um dos ingredientes desse cenário que o governo tenta explicar, mas não convence.

Antes, com o dólar desvalorizado, empregada doméstica viajava para a Disneylândia, segundo o ministro da Economia. Hoje, com o dólar em alta, andar de carro pelas ruas do País tornou-se suicídio financeiro para a maioria e privilégio de poucos. Enfim, se você for abastecer o seu carro, não esqueça de satanizar o “Posto Ipiranga” inventado por Bolsonaro.

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