Mercado estima que inflação deve fechar 2022 em 6,45%, mas efeitos da guerra podem piorar índice

 
O mercado financeiro aumentou pela nona vez consecutiva a previsão de inflação para 2022. De acordo com dados do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (14), pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar este ano em 6,45%. Há uma semana, era de 5,65%, há quatro semanas, de 5,50%.

Entre os especialistas do mercado há os mais cautelosos, que apostam na dificuldade da inflação de se distanciar do patamar de dois dígitos, principalmente por causa dos efeitos da guerra na Ucrânia, que por enquanto não tem solução no horizonte.

Há algumas semanas, as estimativas já estavam apontando para uma inflação acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano (3,5%), com variação de 1,5 ponto percentual.

Os números do mercado estão acima dos projetados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião realizada em fevereiro, que também mostrou uma inflação acima da meta.

“As projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 5,4% para 2022 e 3,2% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 12% ao ano no primeiro semestre de 2022 e termina o ano em 11,75% ao ano”, destacou a ata do Copom publicada no mês anterior.

Para 2023, o mercado também aumentou a projeção da variação do IPCA – a inflação oficial do país. Com isso, a projeção indica inflação de 3,71% ante 3,51% estimados na semana passada. Há quatro semanas, o cálculo era de uma inflação de 3,5% no próximo ano.

Para 2024, o mercado projeta também um aumento em relação às estimativas anteriores. A nova previsão é de que, em 2024, a inflação fique em 3,15%, ante os 3,1% da última semana. Há quatro semanas, a estimativa indicava o IPCA fechando 2024 em 3,04%.

 
PIB

Na projeção desta semana, o Boletim Focus também elevou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) registrada há sete dias. A nova projeção é de PIB de 0,49% em 2022, ante 0,42% previsto na última semana.

Para 2023, entretanto, o boletim registrou uma redução na expectativa de crescimento em relação ao apontado na semana passada, passando de 1,5% para 1,43%. Há quatro semanas, a previsão era de que o PIB crescesse 1,5%. Para 2024, a projeção ficou estável, em 2%.

Taxa de juro e câmbio

O mercado também projetou alta para a taxa básica de juro, a Selic, para 2022. Na estimativa divulgada nesta segunda-feira, a Selic deve ficar em 12,75% contra 12,25% da semana passada. Em fevereiro, além de estimar uma inflação acima da meta, o Copom também aumentou a taxa de juro de 9,25% para 10,75% ao ano. Em comunicado, o comitê indicou que continuará elevando os juros básicos até que a inflação esteja controlada no médio prazo.

Para o fim de 2023, o estudo do mercado para a Selic também aumentou. A nova projeção é que a taxa básica fique em 8,75% ao ano contra 8,25% da semana passada. E para 2024, a previsão passou de 7,38% na semana anterior para 7,50% ao ano.

A expectativa do mercado para a cotação do dólar em 2022 ficou em R$ 5,30, uma redução em relação ao projetado na semana passada, quando o mercado previu um câmbio de R$ 5,40.

Para o próximo ano, a previsão do mercado também é de queda no câmbio, passando de R$ 5,30 para R$ 5,21. Para 2024, a estimativa para a cotação da moeda americana ficou em R$ 5,20, ante R$ 5,30 projetados na semana passada. (Com ABr)

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