(*) Gisele Leite
Parece um filme hollywoodiano, mas não é. Três chefes de governo europeus visitam Kiev que está debaixo de cerrado bombardeio. Tudo em prol de mais uma rodada de negociações com a Rússia, e com Presidente da Ucrânia, Volodmymyr Zelenski, que já cansado admite afirmar que não irá aderir à OTAN, possibilidade que é apontada como um dos motivos para a dita invasão territorial.
Desabafou Zelenski que por anos ouviu sobre a porta aberta à OTAN, mas também ouvimos que não poderemos entrar. E, o motivo são as rebeliões separatistas que existem sobre o território ucraniano. Entristecido, admite que a verdade é que não poderão entrar para OTAN.
Já no campo diplomático, os primeiros-ministros da Polônia, Eslovênia e República Tcheca, que são integrantes da OTAN, realizaram perigosa viagem de trem até a capital da Ucrânia para pessoalmente dar seu apoio aos ucranianos.
A Ucrânia tendo em vista o elevado número de refugiados que já passa de dois milhões, corre risco de virar um deserto de escombros.
Enquanto isso, Joe Biden, presidente dos EUA na próxima semana irá realizar a sua primeira visita à Europa, desde a invasão russa. Participando da reunião de cúpula da OTAN no próximo dia 24 e, ainda assistir uma reunião do Conselho da Europa a fim de tratar da crise na Ucrânia.
Estrategicamente distante das mesas de negociações, o Presidente da Rússia, não vai até onde suas tropas ainda enfrentam resistência muito maior do que a prevista. Ainda segundo os britânicos, Putin estaria contratando empresas privadas, tropas sírias e até mercenários para a concretização da tomada da capital ucraniana. Em verdade, foram intensificados os bombardeios a capital, atingindo mais uma vez os prédios residenciais bem como hospitais e maternidade. Tipificando vários crimes de guerra. Não obstante as sanções econômicas sobre a Rússia.
Estatísticas comprovam que desde o início da guerra da Ucrânia, uma criança ucraniana se tornou refugiada a cada segundo. Algumas das crianças ouvem dos país que estão numa desconfortável viagem de férias; outras, ouvem a verdade sem rodeios. As refugiadas em desenhos, elas mostram o impacto psicológico da invasão. Se para um ser adulto e maduro é desafio ser refugiado, imaginem para um ser ainda em desenvolvimento.
Mais uma notícia dramática já entra no diário da Guerra da Ucrânia, ou “operação especial russa”, dois jornalistas que trabalhavam na Rede Americana Fox News e, a produtora ucraniana Oleksandra Kusrshynova e também o cinegrafista Pierre Zakrevsky morreram Kiev vítimas do mesmo ataque russo que ainda feriu o repórter britânico Benjamin Hall.
Ainda sobre jornalistas, Marina Ovsyannikova, funcionária da TV estatal russa que interrompeu o jornal ao vivo para protestar contra a Guerra, e por conta disso, foi interrogada durante quatorze horas seguidas, sem assistência de um advogado, pela polícia e a condenada por um juiz a pagar multa equivalente a hum mil e quatrocentos reais.
A referida jornalista ainda pode ser processada com base na nova lei russa de informações falsas, ou Fakes News e ainda se submeter pena de até quinze anos.
Aproveito a oportunidade para parabenizar todos os jornalistas, em especial, Gabriel Chaim que corajosamente vai noticiando e trazendo imagens e relatos verdadeiros da Guerra na Ucrânia, aliás, realçando a importância da imprensa e de seus operários, os jornalistas e toda equipe que os acompanham, é o vigoroso combate a desinformação, conforme já destacou a ministra de Portugal da Cultura.
Entre mortos, feridos e refugiados salva-se, pelo menos, a dignidade de se ter uma informação autêntica dos escombros da guerra na Ucrânia que foi atacada pelos russos, sem haver, motivação palpável e, nem sequer, acolher com civilidade as pautas de negociações.
(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.
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