Como sempre afirma o UCHO.INFO, na política o jogo é bruto e sujo, sendo que no tablado do confronto não há espaço para coerência e lealdade. Ministro-chefe da Casa Civil, o senador licenciado Ciro Nogueira (Progressistas-PI) disse, em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, que o ex-presidente Lula é um candidato “aprisionado”, temeroso de mostrar quem está a seu lado.
Um dos “caciques” do Centrão, o que há de pior na política brasileira, Ciro citou a ex-presidente Dilma Rousseff e a deputada federal Gleisi Hoffmann como pessoas que atrapalham a campanha do petista. “Esse é o problema, ele não pode fazer campanha”, disse o ministro.
A declaração do chefe da Casa Civil reforça o direcionamento da campanha de Jair Bolsonaro em busca da reeleição. O próprio presidente da República já se valeu do mesmo discurso para atacar Lula, ao afirmar que Dilma e José Dirceu seriam ministros de um eventual novo governo do PT.
Se há na política brasileira quem não pode atacar seus pares por temas ligados a escândalos de corrupção, certamente os integrantes do Progressistas puxam a fila. Afinal, o partido foi um dos que estiveram na vitrine do Petrolão, esquema de corrupção arquitetado pelo finado deputado federal José Janene e que corroeu os cofres da Petrobras. Ao todo, a Justiça abriu 31 ações penais contra integrantes do Progressistas por crimes como corrupção passiva, corrupção ativa, evasão de divisas e lavagem de capitais.
Em relação a políticos que atrapalham campanhas eleitorais, Ciro Nogueira, cujo mandato de senador termina em janeiro de 2027, faz campanha em seu estado para eleger o médico Silvio Mendes, 72 anos, como governador do Piauí. Mesmo assim, Ciro não descarta concorrer ele próprio ao Palácio de Karnak, sede do Executivo piauiense.
A grande questão é que Ciro Nogueira esconde Bolsonaro em suas andanças político-eleitorais no estado, pois sabe que a rejeição do presidente da República no Nordeste não é das menores. Portanto, o chefe da Casa Civil não tem moral para falar sobre Dilma e Gleisi. Sabem os leitores que não temos político de estimação, assim como fomos responsáveis pela primeira denúncia sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
Esse critério também vale para o presidente Jair Bolsonaro, que na campanha pela reeleição terá de esconder Fabrício Queiroz, seu amigo de longa data e responsável por movimentar os recursos provenientes do esquema das “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Recentemente, Queiroz, que foi preso em uma propriedade de Frederick Wassef, advogado de Flávio, disse que pretende concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.
Em entrevista à revista Veja, Waldir Ferraz, conhecido como “Jacaré”, outro amigo de longa data de Jair Bolsonaro (PL) e que assessorou o então candidato nas eleições de 2018, afirmou que Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente da República e mão de Jair Renan, teria sido responsável por comandar o esquema de “rachadinhas” nos gabinetes do então deputado federal e de seus filhos Flávio e Carlos.
É importante lembrar que enquanto constava como assessora parlamentar de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em Brasília, Nathália Queiroz, filha de Fabrício, atuava como “personal trainer” no Rio de Janeiro, onde o pai empregava (sic) a mãe e a ex-mulher do miliciano Adriano da Nóbrega no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Nóbrega foi morto em uma emboscada na Bahia, após meses foragido da Justiça do Rio de Janeiro.
Para finalizar e derrubar a tese rasteira de Ciro Nogueira, o partido ao qual o presidente Bolsonaro se filiou, o PL, é comando pelo ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, cujo currículo no universo da corrupção dispensa maiores apresentações. Sem contar os depósitos feitos por Queiroz na conta bancária da primeira-dama Michelle Queiroz.
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