Processo de “fritura” do presidente da Petrobras continua no caldeirão da incompetência do governo Bolsonaro

 
A incompetência e o populismo barato que marcam o governo de Jair Bolsonaro têm levado o País à beira do precipício, colocando o futuro da nação em perigo. Não há um só dia em que algum absurdo desce a rampa do Palácio do Planalto com o objetivo de conter a crise, mas acaba por apavorar uma sociedade estagnada diante do caos.

Na quarta-feira (16), o vice-presidente Hamilton Mourão filou-se ao Republicanos com o intuito de concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Em seu discurso no ato de filiação, Mourão disse que Bolsonaro precisa ser reeleito “para que continuemos a dar os passos necessários no rumo das soluções”.

“Cheguei aqui como vice-presidente do presidente Jair Bolsonaro e ele sabe perfeitamente que tem toda minha lealdade e apoio irrestrito em seu projeto de reeleição, que considero fundamental para que continuemos a dar os passos necessários no rumo das soluções, para que o Brasil atinja seu destino manifesto: ser a maior e mais próspera democracia liberal ao sul do Equador”, disse Mourão.

Não sendo galhofa, a fala do vice-presidente mostrou o que muitos estão cansados de saber: os palacianos são dissimulados ou vivem fora da realidade. Afinal, falar em continuar a busca por soluções é um atentado ao bom-senso.

Apesar de passar ao largo da ignorância e do despreparo do presidente da República, Mourão, pelo que se sabe, não aparece na árvore genealógica de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada maravilhosa. Em suma, tem uma oratória politicamente correta e esculpida com o cinzel da caserna, mas não é reflexo de um pensamento extraordinário e brilhante.

O melhor exemplo do contínuo desacerto do governo é a questão envolvendo os preços dos combustíveis, majorados pela Petrobras na última quinta-feira (10), decisão que preservou os interesses de uma empresa que tem ações comercializadas em bolsas de valores. Além disso, o papel da Petrobras não é fazer política pública, mas atuar como empresa de mercado.

 
Como temos afirmado em matérias anteriores, o problema maior na seara dos combustíveis é a desastrada política econômica do governo Bolsonaro, que colocou o País no campo da paralisia.

O despreparo levou o governo a deflagrar um movimento de busca por soluções, mas o que se viu foi um tiroteio para todos os lados. Houve ameaça de ingerência na política de preços da Petrobras, criação de alíquota única de ICMS sobre o diesel, subsídio para reduzir os preços dos combustíveis e pressão para que o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, jogue a toalha e peça demissão.

Interferir na política de preços da companhia petrolífera é impossível, subsidiar os preços dos combustíveis representa um suicídio fiscal, a criação de alíquota única do ICMS levará ao aumento do preço do diesel em muitos estados, fazer pressão sobre Silva e Luna é sinal de desespero do presidente da República, cada vez mais preocupado com a reeleição.

A Petrobras não reduzirá os preços dos combustíveis apenas porque Jair Bolsonaro acredita ser o dono de tudo e de todos. Imaginar que a saída de Joaquim Silva e Luna do comando da companhia resolverá o problema é prova de inocência.

Faz-se necessário reconhecer que Silva e Luna sofre o mesmo processo de “fritura” que experimentou o presidente anterior da empresa, Roberto Castello Branco, mas um pedido de demissão a essa altura dos acontecimentos em nada ajudaria.

A pressão sobre o presidente da petrolífera não se dá apenas pelo Palácio do Planalto, mas também a partir do Congresso Nacional, onde deputados e senadores de aluguel esperam emplacar algum dos seus no comando da Petrobras.

Quando o UCHO.INFO, na campanha presidencial de 2018, afirmou que Jair Bolsonaro era – e assim continua – desprovido de competência e estofo para ocupar cargo de tamanha relevância e responsabilidade como a Presidência, os incautos e os sabujos nos dedicaram ataques sórdidos e ofensas rasteiras. Por sorte o tempo é o senhor da razão. Lembrando, em tempo, que não temos vocação para profetas do apocalipse.

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