Desemprego recua para 11,2%, mas renda do trabalhador cai e estimativa de inflação aumenta

 
Ao afirmar que a política econômica do governo Bolsonaro é um fiasco e que o presidente da República deveria cobrar o ainda ministro Paulo Guedes, da Economia, em vez de criticar a Petrobras, o UCHO.INFO o faz com base em fatos, não em questões ideológicas.

O fracasso da política econômica comandada por Guedes e seus subordinados é um desastre que ficou confirmado na quinta-feira (17), com o anúncio do governo de liberação de saque de até R$ 1 mil do FGTS, antecipação do décimo terceiro salário e empréstimo de R$ 1 mil, através da Caixa Econômica Federal, para quem está com o crédito negativado.

“Tem candidato dizendo aí: ‘tem gente que está negativado. Eu vou dar perdão’. Nós já resolvemos esse problema. Quem não tem recursos e quer começar a empreender e está com dificuldades pega a nossa rampa de ascensão social”, afirmou o ministro, durante o anúncio sobre saque extraordinário do FGTS.

Que Paulo Guedes vive à sombra de um paralelismo elitista todo brasileiro sabe, mas dizer que é possível empreender com R$ 1 mil é no mínimo devaneio de quem vive trancafiado em gabinetes. No país em que o salário mínimo vale R$ 1.212,00 e um pastel custa R$ 9,00, o valor anunciado por Guedes é insuficiente para comprar um carrinho de pipoca (o preço varia de R$ 1.800,00 a R$ 4.300,00).

 
Nesta sexta-feira (18), os palacianos estavam eufóricos porque o desemprego no Brasil caiu para 11,2%, mas não se pode esquecer que 12 milhões de brasileiros estão sem emprego, sem contar os que deixaram de procurar trabalho e os que migraram para a informalidade. No contraponto do recuo do desemprego, a renda média do trabalhador brasileiro recuou 9,7% em um ano, ficando em R$ 2.489,00.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário ideal em fevereiro passado deveria ser de R$ 6.012,18, ou seja, quase cinco vezes o valor do salário mínimo e duas vezes e meia a renda média do trabalhador.

Enquanto chafurda nos números da catástrofe econômica, o governo elevou na quinta-feira a estimativa de inflação para 2022, que passou de 4,25% para 6,79%. Resumindo, não bastasse a queda na renda do trabalhador, a inflação, que há seis meses está no patamar de dois dígitos, corroerá ainda mais o poder de compra do brasileiro.

Para completar o cenário caótico, o Banco Central anunciou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou recuo de 0,99% em janeiro deste ano, na comparação com dezembro de 2021. O governo, por sua vez, anunciou a redução da estimativa do PIB, de 2,1% para 1,5%.

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