Pragmático, Boulos desiste de disputar o governo de SP e concorrerá à Câmara dos Deputados

 
O que sobra no PSOL falta no Partido dos Trabalhadores: pragmatismo. Até a manhã desta segunda-feira (21), Guilherme Boulos era candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, embalado pela boa votação que teve na disputa pela Prefeitura da capital paulista, em 2020.

Ciente de que a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes será extremamente concorrida e diante da possibilidade concreta de ser derrotado nas urnas, Boulos tomou uma decisão correta ao anunciar que será candidato à Câmara dos Deputados.

A decisão de Guilherme Boulos é boa não apenas para ele próprio, mas principalmente para o PSOL e a população, que na Câmara terá, em caso de vitória, um representante comprometido com as necessidades dos mais pobres. Não se trata de defender esquerda ou direita, mas de reconhecer que o Parlamento pouco se importa com a porção desvalida da população, que, vale ressaltar, não é pequena.

Considerando a expressiva votação na disputa pela Prefeitura paulistana, quando foi para o segundo turno com o falecido Bruno Covas (PSDB), Boulos tem sua eleição à Câmara dos Deputados como quase certa.

 
No contraponto, o PT, que desde sua fundação vive uma cizânia que ultrapassa a teimosia, perdeu muito tempo discutindo e dificultando a escolha ex-governador Geraldo Alckmin como companheiro de chapa do ex-presidente Lula. Isso porque a ala mais à esquerda do petismo é rancorosa e não está preocupada com o resgate da democracia brasileira. Esse bloco de petistas vive agarrado a uma ideologia ultrapassada que não encontra espaço na realidade política atual. A presença de Alckmin na chapa de Lula facilitará a vida do ex-metalúrgico nos estados do Sul e do Sudeste.

Outro fato incompreensível envolvendo o PT tem o senador Jaques Wagner, que desistiu de disputar o governo da Bahia. Um dos bons quadros do PT, Wagner preferiu cumprir o mandato de senador a entrar em disputa com o atual governador da Bahia, Rui Costa, que não pode concorrer à reeleição. Wagner e Costa se acusam mutuamente pelo desentendimento que comprometeu o palanque de Lula no estado.

Há muito o UCHO.INFO afirma que Jaques Wagner é não apenas um político habilidoso e cumpridor das promessas, mas um nome que deveria estar no comando nacional do partido, entregue à deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), especialista em criar frentes de conflito interno.

O PT, assim como outros partidos, peca ao não investir tempo e recursos na formação de novas lideranças. A legenda continua gravitando na órbita de Lula, mesmo sabendo que há alguns nomes destacados, como Wagner e Wellington Dias, governador do Piauí.

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