Prestes a se filiar ao PL de Valdemar Costa Neto, ministro Tarcísio de Freitas ousa falar sobre incoerência

 
Como sempre afirma o UCHO.INFO, no almoxarifado da política brasileira a coerência é mercadoria sempre em falta. A situação piora quando um incoerente decide discorrer sobre coerência, ou seja, remonta ao dito popular “o roto falando do esfarrapado”.

Esse introito serve para qualificar o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, de Infraestrutura, escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para concorrer ao governo de São Paulo. O ministro, que sequer é de São Paulo, é do Rio de Janeiro, já começou a fazer campanha, violando as regras da Justiça Eleitoral.

Em entrevista à jornalista Andréia Saddi, da GloboNews e do portal G1, o ministro disse que o eleitor do interior paulista vê como “incoerência” a aliança do ex-presidente Lula com o ex-governador Geraldo Alckmin.

“Tenho respeito muito grande por ele (Alckmin), pelo que construiu. No entanto, entendo que essa guinada que deu não foi compreendida por seu eleitorado, conservador, mais à direita, liberal na economia. Acho que ninguém compreendeu exatamente esse movimento”, afirmou Tarcísio de Freitas.

Se o ministro não consegue compreender a aliança entre Lula e Alckmin, basta analisar os riscos que a democracia brasileira corre com a permanência de Jair Bolsonaro como presidente da República. Só não consegue compreender quem aceita chafurdar na vala do autoritarismo.

 
Sobre coerência, Tarcísio de Freitas não é a pessoa mais indicada para falar sobre o assunto. Em que pese o direito de todo brasileiro nato concorrer a cargos eletivos, Tarcísio deveria disputar o governo do Rio de janeiro, não o de São Paulo. Contudo, sua subserviência a Bolsonaro faz com que aceite o papel de fantoche de aluguel para um candidato a ditador ter palanque no mais importante estado da federação.

Ainda sobre coerência, Tarcísio de Freitas está a um passo de se filiar ao PL, do mensaleiro Valdemar Costa Neto. Então diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Tarcísio acusou Valdemar Costa Neto e o PL (à época PR) por casos de corrupção no Ministério dos Transportes.

As denúncias faziam parte da “faxina” determinada à época pela presidente Dilma Rousseff ainda no primeiro governo da petista. Mais de uma dezena de servidores da pasta, incluindo o ministro Alfredo Nascimento (que era filiado ao PR, agora PL), acabaram caindo.

Tomando por base que o ministro de Infraestrutura diz que a aliança Lula-Alckmin soa “incoerente”, que ele classifique com rapidez o que significa sua filiação a um partido conhecido por suas rapinagens e comandado por alguém que denunciou por corrupção.

Dissimulado, assim como o presidente da República, o ministro diz que “todos os partidos têm problemas”. “Acho que problemas todos os partidos têm, as pessoas têm, as pessoas pagam pelos seus erros, aprendem, e têm que ter oportunidade de recomeçar. Eu acredito no recomeço, acredito na nova caminhada. Hoje, tenho uma excelente relação com todos”, afirmou.

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