Representantes da Ucrânia e da Rússia, reuniram-se nesta terça-feira (29) na capital turca, Istambul, na tentativa de chegar a um acordo de paz. Especialistas no assunto afirmam que, diante das promessas feitas de parte a parte, um armistício é possível.
Enquanto os ucranianos afirmaram que aceitam a condição de neutralidade país, ou seja, descartando a possibilidade de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), russos prometeram reduzir significativamente os ataques a Kiev.
Além disso, os ucranianos demostraram disposição de aceitar a anexação da península da Crimeia pela Rússia, com base em processo consultivo que poderá durar até 15 anos, e a exigência de não abrigar em seu território bases militares estrangeiras.
O negociador-chefe da Ucrânia, Oleksander Chaly, afirmou que antes de um acordo com a Rússia entrar em efeito, deve haver paz em todo o território ucraniano.
Enquanto a reunião acontecia na Turquia, forças russas atacavam o principal prédio do governo da cidade de Mykolaiv, atingido e danificado por um míssil, informou o governador local, Vitaliy Kim. No ataque, pelo menos 12 pessoas morreram e 33 ficaram feridas, de acordo com informações do serviço de emergência ucraniano.
O presidente russo, Vladimir Putin, cometeu um grosseiro erro de cálculo ao ignorar a capacidade de resistência dos ucranianos. A guerra, que nos planos do Kremlin seria rápida, de no máximo uma semana, já entra em seu trigésimo quinto dia, provocando a maior catástrofe humanitária desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Afinal, mais de 10 milhões de ucranianos fugiram do país.
Mesmo que no campo militar a guerra termine empatada, ambos os lados cantarão vitória. O maior interessado nessa encenação é o próprio Putin, que internamente precisa dar uma satisfação à opinião pública russa acerca de sua desastrada decisão de invadir a Ucrânia.
Para não sair do conflito com o rótulo de derrotado, Vladimir Putin faz exigências absurdas para decretar o fim da guerra. Ele exige que os ucranianos em Mariupol deponham as armas, ou seja, se rendam ao invasor, algo que o Kremlin certamente capitalizará politicamente. A Putin pouco importa o que o restante do planeta pensará a seu respeito depois do fim da guerra, desde que consiga continuar enganando os russos.
A situação da Rússia, que já era complicada em termos políticos e econômicos, piorou sobremaneira com a invasão ao território ucraniano. Manter uma máquina de guerra em capo por mais de um mês exige muito dinheiro e compromete o erário de forma impiedosa.
Além disso, as sanções impostas pelo Ocidente levaram a Rússia a um quase “engessamento” econômico, além de terem alcançado alguns oligarcas que gravitam na órbita de Putin, que compensa seus aduladores com ações de compadrio e casos de corrupção explícita.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que é competente como marqueteiro e sabe usar os meios de comunicação a seu favor, adotará postura de quem está pronto para o acordo, até o momento em que discursar para algum parlamento estrangeiro e pedir mais armas e dinheiro.
Apostar em um acordo de paz diante das condições impostas por Putin é temerário e só interessa aos especuladores do mercado financeiro, a começar pelos russos, que aproveitam o momento de gangorra econômica para faturar fortunas incalculáveis nos mercados de ações, de petróleo e de câmbio. Vladimir Putin é um blefador profissional e não deve ser levado a sério.
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