Pelo menos 18 pessoas morreram, incluindo crianças e adolescentes, e há outras desaparecidas em decorrência de fortes chuvas acompanhadas de deslizamentos de terra e alagamentos no estado do Rio de Janeiro, ocorridos no final de semana.
Angra dos Reis registrou a chuva mais intensa em 48 horas desde o início dos registros históricos. Segundo balanço divulgado na manhã de domingo (3), nas 48 horas anteriores havia chovido 737 milímetros no continente e 900 milímetros na Ilha Grande, que faz parte do município.
Pelo menos quatro pessoas e quatro crianças morreram vítimas de um deslizamento de terra na região de Monsuaba, em Angra dos Reis, na madrugada de sábado (2).
Na Ilha Grande, a praia de Itaguaçu, ao lado da praia Vermelha, foi praticamente soterrada por um deslizamento de terra. Quatro pessoas que moravam na área afetada estão desaparecidas.
A prefeitura de Angra dos Reis afirmou que todas as sirenes de seu sistema de alerta soaram para informar o risco de deslizamentos e alagamentos. A Defesa Civil local ainda procura de oito a dez pessoas desaparecidas, sendo que a cidade segue em alerta máximo.
Em Paraty, 22 bairros registraram alagamentos ou outros danos. Sete pessoas de uma mesma família morreram após um deslizamento de terra que atingiu casas na praia de Ponta Negra, na madrugada de sábado.
Na cidade de Mesquita, na Baixada Fluminense, onde rios que cortam a cidade transbordaram, um homem de 38 anos, pai de dois filhos, morreu eletrocutado enquanto tentava resgatar uma mulher em uma rua alagada, segundo o Corpo de Bombeiros.
Houve também vários pontos de alagamento em Belford Roxo e em Nova Iguaçu, onde o Rio Botas transbordou e provocou alagamento em vários bairros. A capital fluminense também registrou diversos pontos de alagamento.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, criou um gabinete de crise com representantes de diversas secretarias e visitou áreas afetadas na Baixada Fluminense neste sábado. O presidente Jair Bolsonaro acionou o Ministério do Desenvolvimento Regional para apoiar o estado.
No sábado, deslizamentos interditaram trechos da rodovia Rio-Santos na região de Paraty e Angra dos Reis. Neste domingo, havia pelo menos dez pontos de interdição total ou parcial, segundo a Polícia Rodoviária Federal. As estradas que ligam Paraty a Cunha e Angra dos Reis a Barra Mansa também foram bloqueadas por queda de barreiras.
Em fevereiro, Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, também enfrentou a maior catástrofe natural de sua história, com chuvas, deslizamentos e enxurradas que provocaram 178 mortes. Em março, um novo temporal provocou mais cinco mortes na cidade. (Com agências de notícias)
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