Le Pen diminui a distância para Macron a dois dias do primeiro turno da eleição presidencial francesa

 
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta sexta-feira (8) que não teme perder a eleição nacional que terá o primeiro turno no próximo domingo. A declaração de Macron ocorre após as pesquisas indicarem que a sua maior rival, a candidata de extrema direita, Marine Le Pen, tem encurtado a diferença nas intenções de voto.

“Tenho o espírito da conquista e não o da derrota”, disse, em entrevista à Rádio RTL nesta sexta, último dia de campanha eleitoral. De maneira cautelosa, no entanto, Macron acrescentou: “Nada deve ser encarado como certo”.

Le Pen está em sua terceira corrida presidencial e tem aparecido em segundo lugar nas pesquisas. Se os resultados das urnas confirmarem as pesquisas, Macron e Le Pen devem disputar o segundo turno em 24 de abril, tal qual ocorreu em 2017, quando Macron venceu por ampla vantagem: 66% a 34% no segundo turno.

O cenário desta vez, porém, é um pouco diferente. Le Pen tem se aproximado do atual presidente, conforme as pesquisas de intenções de votos. Algumas análises indicam que ela está apenas 3% atrás de Macron, que teria 26%.

Outras apontam diferença de cinco a seis pontos, sempre com vantagem para o mandatário. Em levantamentos sobre o segundo turno, a vantagem de Macron sobre Le Pen é de entre dois e oito percentuais, dependendo da pesquisa – um cenário bem diferente dos 30 pontos de vantagem obtidos em 2017.

Jean-Luc Mélenchon, de ultraesquerda, aparece em terceiro, com entre de 16,5% e 17,5% no primeiro turno, ainda tentando diminuir a desvantagem em relação a Le Pen.

 
Um dos motivos para essa mudança, apontam especialistas, pode ser o distanciamento de Macron da campanha para cuidar de problemas presidenciais e europeus, como a guerra na Ucrânia. Nos últimos meses, ele gastou boa parte do seu tempo em tratativas com o homólogo russo, Vladimir Putin, na tentativa de evitar uma invasão ao território ucraniano, mas logrou sucesso.

Já Le Pen tentou atenuar ao longo da campanha sua imagem de extremista de direita perigosa, baixando o tom em algumas propostas e focando mais em problemas econômicos e sociais, o que gerou uma maior aceitação do público. Ela também adotou um discurso mais moderado em relação a imigrantes e refugiados, especialmente, neste caso, da Ucrânia.

Ela ainda prega uma política migratória severa, ao estilo “French first” (“franceses primeiro”, a exemplo do “America first” de Donald Trump), e defende o banimento do véu muçulmano em locais públicos. Em contrapartida, parece ter abandonado a ideia de combater a União Europeia, por exemplo.

“Desculpem-me, mas se Emmanuel Macron tivesse enriquecido o país, não estaríamos aqui falando sobre poder de compra”, declarou Le Pen, referindo-se à economia francesa, um dos temas principais desta eleição, principalmente devido à inflação e ao aumento dos preços de energia. Ela fez essa declaração na noite de quinta-feira, em sua última aparição pública antes do primeiro turno, na cidade de Perpignan, comandada por um prefeito do mesmo partido, o Agrupamento Nacional.

O que pode influenciar no resultado da eleição, segundo especialistas, é a participação popular dos franceses. O comparecimento dos eleitores deve ser um fator decisivo para os dois turnos. E isso pode prejudicar Le Pen, que tem uma base eleitoral composta por votantes que tendem a participar menos do processo democrático no dia das eleições.

Mais de 48 milhões de franceses estão aptos a votar na eleição que começa às 8h e vai até o fim da tarde do próximo domingo (10). Os resultados devem ser divulgados à noite. (Com agências internacionais)

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