Bolsonaro nega casos de corrupção no governo e diz que a Polícia Federal não precisa se preocupar

 
Desde o início da gestão de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, o UCHO.INFO afirma que há casos de corrupção no âmbito do governo, que aumentaram com o passar do tempo e na esteira da dependência do presidente da República em relação ao Centrão, o que há de pior na política brasileira.

Como se não bastassem as seguidas transgressões na mineração e no meio ambiente, o governo tem sido chacoalhado com escândalos de corrupção nos ministérios da Saúde e da Educação, sem que o presidente reconheça os fatos ou tome alguma providência para combater o ilícito.

Na contramão da lógica e principalmente dos fatos, Bolsonaro prefere ignorar os escândalos e afirmar que a Polícia Federal não deve investigar o seu governo. “Quantas vezes, no Pará, o governador recebeu a visita da Polícia Federal? Diferente do governo federal. Aqui não tem visita da Polícia Federal, não tem o que investigar aqui, não fazemos nada de errado”, disse o presidente durante entrevista concedida nesta segunda-feira (11) ao Grupo Liberal, do Pará.

Enquanto candidato à Presidência, Bolsonaro prometeu combater a corrupção e acabar com o nefasto “toma lá, dá cá”, algo que voltou à cena com força extra na esteira da chegada do Centrão ao governo.

Depois das gatunagens no Ministério da Saúde, onde integrantes do Centrão se movimentaram para cobrar propina na compra de vacinas contra Covid-19, agora é a vez da pasta da Educação estar em evidência no campo da ladroagem institucionalizada.

Não bastasse o caso envolvendo pastores que cobravam propina – em dinheiro ou barra de ouro e por meio da compra forçada de exemplares da Bíblia – para liberar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), agora a pasta é alvo de grave denúncia sobre liberação de verbas públicas para “escolas fake”, esquema que nos bastidores é controlado por um apadrinhado do ministro Ciro Nogueira (Progressistas-PI), atualmente à frente da Casa Civil.

 
O esquema criminoso consiste em oferecer a prefeitos recursos para a construção de 2 mil escolas e creches, enquanto as obras de 3,6 mil unidades escolares estão paradas ou inacabadas. Esse tipo de ação em ano eleitoral aponta na direção da ilicitude.

Não obstante, há dias veio à tona o caso da destinação de R$ 26 milhões de recursos do Ministério da Educação destinados à compra de kits de robótica para escolas de pequenas cidades de Alagoas que sofrem com uma série de deficiências de infraestrutura básica, como falta de salas de aula, de computadores, de internet e até de água encanada. É importante lembrar que Alagoas é reduto eleitoral do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), um dos próceres do Centrão.

Além disso, nesta segunda-feira o jornal “Folha de S.Paulo” publicou excelente matéria sobre verbas federais endereçadas a empreiteira de Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, para recuperar as estradas da região, mas que continuam esburacadas.

A empreiteira em questão é a Engefort Construtora e Empreendimentos, que em alguns leilões da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) teve a companhia da Del Construtora Ltda, empresa de fachada registrada em nome de um dos irmãos dos sócios da Engefort.

Quem conhece a macrorregião de Imperatriz sabe que as estradas que cortam a região estão em estado de quase abandono, com algumas equipes ao longo das rodovias tentando tapar os buracos que dificultam o tráfego de veículos e provocam graves acidentes. O melhor exemplo é a rodovia Belém-Brasília (BR-010).

Que Bolsonaro usa o moralismo mambembe e a dissimulação para confundir a opinião pública todo brasileiro coerente sabe, mas negar a existência de casos de corrupção no governo é querer vender aos incautos um cenário que não condiz com a realidade.

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