Reajuste salarial desaponta os servidores federais, mas situação fiscal do governo tornou-se mais crítica

 
Como noticiou o UCHO.INFO na edição de quarta-feira (13), a decisão do governo Bolsonaro de conceder reajuste salarial de 5% a todos os servidores federais não surtirá o efeito esperado pelo Palácio do Planalto. Isso porque muitas categorias esperavam reajuste maior, como as dos policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários.

O anunciado reajuste exigirá por parte do governo corte de recursos em outros setores, como investimentos planejados por ministérios e recursos destinados às emendas parlamentares. Essa manobra significa que o contribuinte, responsável por financiar a farra eleitoral de Jair Bolsonaro, será mais uma vez prejudicado, pois a contrapartida do Estado aos impostos pagos ficará ainda pior.

A situação do governo no âmbito do equilíbrio fiscal é crítica, mas o presidente da República pressionou a equipe econômica comandada pelo ainda ministro Paulo Guedes para que o reajuste fosse concedido de forma linear, já que algumas categorias cruzaram os braços ou adotaram operação-padrão diante da proposta inicial de conceder o benefício a alguns servidores apenas.

Guedes chegou à Esplanada dos Ministérios na condição de superministro de Bolsonaro, sustentando por alguns meses a alcunha de “Posto Ipiranga”, mas com o tempo viu seu poder desmoronar à medida em que Bolsonaro se deparava com situações políticas quase incontornáveis.

 
Esse quadro marcado pelo populismo barato é uma afronta aos brasileiros da iniciativa privada que ainda sofrem os efeitos colaterais da pandemia de Covid-19 sobre a economia, com direito a perda de emprego e redução de salários, seja por redução da carga horário, seja por renegociação salarial como forma de evitar a demissão.

O liberalismo econômico defendido pelo ministro da Economia, que até recentemente jactava-se de ser integrante dos neoliberais da Universidade de Chicago, foi mandado pelos ares sem qualquer cerimônia por Bolsonaro, que deu ao ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) poder para controlar o Orçamento da União, com direito a desautorizar decisões da equipe econômica sobre o tema.

A realidade econômica do governo foi transformada em uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento, mas os palacianos estão preocupados com as eleições de outubro. A tragédia que se abate sobre o País fica em segundo plano.

O próximo presidente da República, seja quem for, terá sobre a escrivaninha um emaranhado de problemas sem precedentes. Quando afirmamos que Bolsonaro era desprovido de competência e estofo para cargo de tamanha relevância e responsabilidade, como o de presidente da República, a súcia de apoiadores reagiu com truculência de sempre. O resultado está à mostra para os interessados.

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