Encontro de Bolsonaro com Musk apequenou a Presidência e confirmou condição de pária do Brasil

 
Preocupado com a desidratação de seu projeto de reeleição, o presidente Jair Bolsonaro tem dado mostras de que está disposto a tudo para sair vitorioso das urnas, tarefa nada fácil. Para tanto, o presidente não se incomoda em transformar o Palácio do Planalto em picadeiro oficial para suas performances circenses.

A mais recente investida de Bolsonaro resultou em depreciação ainda maior da Presidência da República. Isso porque o chefe do Executivo se deslocou ao interior de São Paulo para encontrar, nas última sexta-feira (20), o bilionário sul-africano Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX e promitente comprador do Twitter. Na verdade, o movimento deveria ser contrário, com Musk indo ao Palácio do Planalto se fosse de seu interesse conversar com o presidente.

Bolsonaro usou o encontro de Musk com empresários brasileiros e dirigentes de companhias para passar a falsa ideia de que sob a sua batuta o Brasil não se tornou um pária internacional. A pouca atenção que Elon Musk deu ao presidente brasileiro não deixou dúvidas a respeito do papel pequeno a que se prestou Bolsonaro. Contudo, esse encontro, arranjado de última hora, serviu para Bolsonaro agitar sua horda de apoiadores, que sonham ver o Twitter transformado em “terra de ninguém”.

O evento Conecta Amazônia, realizado em um conhecido hotel de luxo, teve direito à concessão da Ordem do Mérito da Defesa a Musk por “serviços prestados ao Brasil”. Pelo que se sabe, o bilionário foi condecorado com a honraria após o ministro da Defesa destacar a relevância de uma iniciativa do governo federal para levar desenvolvimento tecnológico à região amazônica.

 
Bolsonaro chamou o Musk de “mito da liberdade” e afirmou que a compra do Twitter, ainda não confirmada, é um “sopro da esperança”. Já o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que Musk receberia a medalha por estar fazendo “algo concreto” pela Amazônia.

O governo de Jair Bolsonaro é de tal forma farsesco, presta-se homenagem a quem sequer fez algo em prol do Brasil. Afirmar que Elon Musk está fazendo “algo concreto” pela Amazônia é prova maior do delírio direitista que escorre pelas entranhas do governo.

Musk está interessado na operação da Starlink, divisão de satélites da SpaceX, na Amazônia, não na possibilidade de fazer do Twitter, que ainda não lhe pertence, uma plataforma para disparar notícias falsas durante as eleições. Até porque, se isso acontecer, a Justiça brasileira não hesitará em determinar a suspensão da plataforma no País.

Por outro lado, o ministro das Comunicações disse, momentos antes do encontro com Musk, que a partir de agora a verdade sobre a Amazônia será revelada ao mundo. Integrante da tropa de subservientes que adulam Bolsonaro, Fábio Faria sabe que revelar a devastação da Amazônia como de fato é será a última pá de cal do pior governo de todos os tempos.