O UCHO.INFO defende que a transferência do domicílio eleitoral deve ocorrer pelo menos um ano antes da eleição. Isso evita o surgimento de oportunistas, como o ex-juiz Sérgio Moro, que indicou um hotel na capital paulista como sendo endereço residencial. Não há problema em residir em hotel ou flat, desde que a entrada no estabelecimento não ocorra poucos dias antes da transferência do domicílio eleitoral.
Por 4 votos a 2, a Justiça Eleitoral decidiu na terça-feira (7) que Moro não poderá concorrer a qualquer cargo eletivo pelo estado de São Paulo. Caso queira participar das eleições de outubro, terá de fazê-lo no Paraná, onde sempre residiu. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo decidiu em desfavor do ex-juiz da Lava-jato no âmbito de ação protocolada pelo diretório municipal do partido dos trabalhadores.
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, anunciou que acionará o Ministério Público Eleitoral contra Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro e candidato do Republicanos ao governo paulista.
Nascido no Rio de Janeiro e atualmente morando em Brasília, Tarcísio registrou na Justiça Eleitoral um endereço de São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), que pertence à família de sua cunhada.
O presidente do PSOL questiona o fato de o candidato de Bolsonaro não ter demonstrado atividade contínua em São Paulo, além de não ter uma história de militância política no estado.
Como o prazo para impugnação de transferência de domicílio eleitoral já expirou, o questionamento será feito junto ao Ministério Público Eleitoral. A apuração de irregularidades no cadastro de um candidato pode ocorrer em qualquer período, seja por proposição de um eleitor, partido político ou pelo próprio MP.
Na verdade, a candidatura de Tarcísio de Freitas ao Palácio dos Bandeirantes é uma desculpa para o presidente Jair Bolsonaro ter um palanque na principal unidade da federação, onde seu adversário direito, o petista Lula, leva vantagem e termos de intenção de voto.
“O caso de Moro se aplica também a Tarcísio Freitas. O ministro de Bolsonaro não mora em São Paulo e pretende ser candidato representando a ‘máquina’ do governo federal. Isso é um desrespeito com os eleitores de São Paulo”, disse Juliano Medeiros.
Isso posto, tomando por base que a sabedoria popular prega que “o pau que bate em Chico, bate em Francisco”, o mesmo entendimento vale para a advogada Rosângela Moro, que valeu-se da mesma manobra utilizada pelo marido, o ex-juiz da Lava-Jato, para justificar a transferência do domicílio eleitoral.
Rosângela Moro, que está filiada ao União Brasil, pretende concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados por São Paulo. A legenda aposta na candidatura de Rosângela como “puxadora de votos”, além de acreditar que a advogada pode conquistar expressiva votação pelo fato de o domicílio eleitoral do marido ter sido rejeitado pelo TRE-SP.
O Ministério Público Eleitoral tem o dever de entrar em ação não apenas no caso de Tarcísio de Freitas, mas também no de Rosângela Moro. Até porque, a desfaçatez não pode ser normalizada.
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