Governo Bolsonaro usa o criminoso “orçamento secreto” para barrar criação da CPI do MEC no Senado

(Divulgação)

 
Ex-governador de Minas Gerais, senador e banqueiro, José de Magalhães Pinto é autor de uma frase que traduz com preciso a política, em especial a brasileira. “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito, olha de novo e ela já mudou”, profetizou.

Até as primeiras horas desta quarta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados de aluguel no Congresso Nacional estavam determinados a levar adiante o pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, mais precisamente a política de preços da petrolífera verde-loura.

Considerada por muitos como “tiro no pé”, a proposta de criar a CPI não passa de estratégia eleitoral de um candidato devorado pelo desespero. Isso porque a comissão, se de fato criada, investigará as decisões dos onze conselheiros da empresa, seis deles indicados pelo próprio Jair Bolsonaro, já que o governo federal é acionista majoritário da empresa. Em suma, o presidente está propenso a criar uma cortina de fumaça para tentar arrefecer os ânimos dos brasileiros em relação aos preços dos combustíveis.

Contudo, com a quarta-feira exibindo os primeiros raios solares, os objetivos palacianos começaram a mudar. A pretendida CPI da Petrobras passou a ceder lugar para uma possível CPI do MEC, a ser criada no Senado na esteira das prisões do ex-ministro Milton Ribeiros e de dois pastores próximos a Bolsonaro – Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura – acusados de corrupção e tráfico e influência na pasta. Os mandados de prisão foram cumpridos pela Polícia Federal no âmbito da “Operação Acesso Pago”.

 
O Palácio do Planalto acionou sua tropa de choque no Congresso Nacional para, sob a liderança do ministro Ciro Nogueira, senador licenciado e chefe da Casa Civil, barrar a coleta de assinaturas para a criação da CPI do MEC. A oposição afirma que conseguiu 25 das 27 assinaturas necessárias para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito.

A investida do governo para evitar investigações polemicas em pleno período eleitoral custará caro ao contribuinte e terá como contrapartida a liberação de verbas do criminoso orçamento secreto. Além disso, senadores aliados pressionam para que outros pedidos de criação de CPIs sejam priorizados.

No Senado, o braço avançado do governo na operação para barrar a criação da CPI do MEC foi o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que tem ingerência na distribuição dos recursos do orçamento secreto.

Para quem se elegeu à sombra da promessa de combater a corrupção, acabar com as “mamatas” e decretar o fim do “toma lá, dá cá” e da chamada “velha política”, o presidente Jair Bolsonaro é a personificação do embuste. Por diversas vezes o UCHO.INFO alertou, principalmente durante a corrida presidencial de 2018, que Bolsonaro era, “mais do mesmo”.


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