Conferência define bases para reconstrução da Ucrânia

 
Dezenas de países se comprometeram nesta terça-feira (5) a apoiar a Ucrânia no que se espera ser uma reconstrução longa e onerosa, e concordaram com a necessidade de amplas reformas para aumentar a transparência e combater a corrupção no país.

Encerrando uma conferência de dois dias na cidade de Lugano, no sul da Suíça, líderes de cerca de 40 países e de organizações internacionais assinaram a Declaração de Lugano, que estabelece um conjunto de princípios para a reconstrução da Ucrânia.

Os pontos incluem o compromisso com um processo democrático com participação de toda a sociedade, o envolvimento de empresas privadas, a transformação verde para uma sociedade livre de CO2, uma administração digitalizada e projetos de desenvolvimento livres de nepotismo e enriquecimento ilícito. “O processo de reconstrução deve ser transparente”, diz. “O Estado de direito deve ser sistematicamente fortalecido e a corrupção, erradicada.”

O presidente suíço, Iganzio Cassis, que coorganizou a conferência juntamente com a Ucrânia, saudou a declaração como um “primeiro passo fundamental no longo caminho da recuperação da Ucrânia”.

“Nosso trabalho se prepara para o pós-guerra, mesmo com a guerra ainda em andamento”, disse ele na cerimônia de encerramento. “Isso deve dar ao povo da Ucrânia esperança e a certeza de que eles não estão sozinhos.”

 
Custo de cerca de US$ 750 bilhões

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, disse na segunda-feira na conferência que a recuperação do país após a invasão da Rússia deve custar pelo menos US$ 750 bilhões.

Ele afirmou nesta terça-feira que a declaração foi “definitivamente o início de nosso processo de longa distância”. “Temos que fazer tudo que foi destruído melhor do que era”, disse.

O texto da declaração afirma que os países, além da Ucrânia e da União Europeia, “comprometem-se totalmente a apoiar a Ucrânia em todo o seu caminho, desde a recuperação inicial até a recuperação de longo prazo”. O documento acrescenta que os aliados apoiam “a perspectiva europeia da Ucrânia e o estatuto de país candidato à UE”.

Entre os princípios, os países concordaram que a própria Ucrânia deve estar no comando da reconstrução. À medida que bilhões de dólares em ajuda fluem para a Ucrânia, crescem preocupações a respeito da corrupção generalizada no país.

 
A declaração enfatiza que “o processo de recuperação deve contribuir para acelerar, aprofundar, ampliar e alcançar os esforços de reforma e a resiliência da Ucrânia em consonância com o caminho europeu da Ucrânia”.

“O processo de recuperação deve ser transparente e responsável perante o povo da Ucrânia”, frisa o texto, além de pedir que o processo de recuperação seja “inclusivo e garanta a igualdade de gênero” e que a Ucrânia seja reconstruída de maneira “sustentável”.

Shmyhal apresentou na segunda-feira o plano de reconstrução em fases do governo, focado nas necessidades imediatas das pessoas afetadas pela guerra, seguido pelo financiamento de projetos de reconstrução de longo prazo destinados a tornar a Ucrânia europeia, verde e digital.

Nesta terça-feira, ele enfatizou que seu país está ansioso para agir rapidamente para implementar a estrutura para garantir mudanças rápidas. “Quando dizemos que estamos prontos para agir rápido, realmente queremos dizer rápido”, disse ele, citando uma reunião planejada para começar a implementação ainda nesta terça-feira.

Ele também observou que duas conferências de acompanhamento já foram planejadas, uma delas sob liderança da UE, a ser realizada em alguns meses, e a outra a ser sediada em Londres no próximo ano. (Com agências internacionais)


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