Joseph Blatter e Michel Platini são absolvidos de acusações de corrupção

 
Um tribunal da Suíça absolveu nesta sexta-feira (8) os ex-presidentes da FIFA, Joseph Sepp Blatter, e da UEFA, Michel Platini, em processo de corrupção envolvendo pagamento de 2 milhões de francos suíços (quase R$ 11 milhões) de Blatter para Platini.

Em 2015, o escândalo acabou com as ambições do ex-jogador francês de assumir a presidência da FIFA, entidade máxima do futebol internacional e o levou a renunciar à presidência da UEFA.

“Minha luta é uma luta contra a injustiça. Ganhei um primeiro jogo”, afirmou Platini em comunicado.

O Tribunal Penal Federal, na cidade de Bellinzona, não seguiu o pedido do Ministério Público por 20 meses de prisão com suspensão condicional para ambos.

“Quero expressar minha felicidade a todos os meus entes queridos pelo fato de a justiça finalmente ter sido feita, após sete anos de mentiras e manipulação”, acrescentou Platini, que foi banido do futebol em 2015, junto com Blatter, por um tempo inicial de oito anos devido à suposta corrupção. A pena foi posteriormente reduzida.

Os dois ex-dirigentes do futebol se declararam inocentes durante o julgamento, que durou de 8 a 22 de junho.

“Sempre disse que minha consciência está limpa”, afirmou Blatter aos jornalistas. “Naturalmente ninguém é perfeito, mas no caso do meu trabalho, 44 anos trabalhando na FIFA, para mim é muito importante que este caso tenha sido resolvido no mais alto nível suíço”, acrescentou o ex-dirigente, de 86 anos.

 
Acusação

O suposto pagamento de Blatter a Platini veio à tona em 2015, depois que o Departamento de Justiça norte-americano instaurou inquérito para apurar suborno, fraude e lavagem de dinheiro na FIFA. Promotores suíços então deram início a um caso de cooperação em separado, que levou a uma investigação.

Plantini atuou como consultor técnico da FIFA, com um salário anual de 300 mil francos suíços (R$ 1,6 milhão) entre 1998 e 2002. Blatter disse ao tribunal que esse era o máximo que a FIFA podia pagar na época, devido a dificuldades financeiras. O restante do salário do Platini seria liquidado posteriormente.

O Ministério Público alegou que Platini “apresentou à FIFA em 2011 uma fatura supostamente fictícia de uma (suposta) dívida ainda existente por sua atividade como consultor da FIFA entre os anos 1998 e 2002”.

Blatter afirmou que o pagamento de 2 milhões de francos foi um “acordo de cavalheiros” entre a dupla por serviços prestados.

No entanto, os promotores alegaram que o acordo verbal para os serviços de consultoria de Platini era uma “invenção” e nunca existiu.

Uma juíza do caso disse que o acordo parecia plausível, dado o valor de mercado de Platini. A magistrada afirmou que também era plausível que Platini não precisasse do dinheiro imediatamente e que tenha esperado até 2010 para receber a verba.

Platini afirma que o incidente foi inventado para impedir sua candidatura à presidência da FIFA em 2015. “Neste caso, há culpados que não compareceram durante este julgamento. Deixe-os comigo, nos encontraremos novamente”, disse o ex-astro do futebol em um comunicado distribuído por seu advogado. “Não vou desistir e vou até o fim em minha busca pela verdade.” (Com agências internacionais)


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