Encontro com diplomatas estrangeiros foi pantomima de um golpista que teme ser derrotado nas urnas

 
Como noticiado pelo UCHO.INFO em matéria anterior, o encontro do presidente Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira (18), foi um fiasco e serviu para reforçar a condição de “pária” do País no cenário internacional.

Bolsonaro apresentou aos diplomatas dados falaciosos sobre o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas, além de atacar o Tribuna Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF). Nos ataques, o presidente da República mirou a oratória insana nos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Fachin é o atual presidente do TSE, Moraes assumirá o posto em agosto próximo e Barroso comandou a corte eleitoral em mandato anterior.

Bolsonaro acusou os três magistrados de criar instabilidade institucional, quando na verdade isso ocorre por deliberada atuação do próprio chefe do Executivo. O presidente criticou o fato de o TSE desconsiderar as sugestões feitas pelas Forças Armadas para modificar o sistema eleitoral, faltando menos de 80 dias para as eleições.

“Por que que um grupo de três pessoas apenas quer trazer instabilidade para o nosso país, não aceita nada das sugestões das Forças Armadas, que foram convidadas?”, disse Bolsonaro.

O erro que levou a essa epopeia golpista foi do ministro Luís Roberto Barroso, que ignorando o perfil de Bolsonaro convidou as Forças Armadas para a comissão de transparência eleitoral. Foi o bastante para os golpistas que ocupam o Palácio do Planalto iniciarem uma investida contra a Justiça Eleitoral.

 
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O desespero de Bolsonaro diante de um projeto de reeleição que desmorona ficou mais uma vez evidente quando, ao dirigir-se aos representantes diplomáticos, tentou relacionar Fachin e Barroso ao PT e ao ex-presidente Lula. Sem ter realizações para apresentar durante a campanha, Bolsonaro insiste em criar factoides que evaporam em questão de minutos.

Os ataques do presidente ao sistema eleitoral e a ministros do TSE e do STF foram transmitidos pela TV Brasil, em clara demonstração de uso da máquina para atropelar a Constituição Federal, a democracia e o Estado de Direito. Apesar de o encontro ter sido anunciado como reunião, nenhum representante diplomático ou ministro do governo teve oportunidade de falar.

É importante que os brasileiros de bem saibam quem desse desgoverno participou do encontro marcado pela mentira e pelo golpismo escancarado: Augusto Heleno (GSI), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa), Célio Faria (Secretaria de Governo) e Wagner Rosário (CGU).

A questão que está sobre a mesa, na esteira desse enredo totalitarista, é que, terceirizado, o golpe já foi dado pelo Centrão, mas precisamente por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados. O orçamento secreto e a PEC do Desespero ou PEC Kamikaze são provas irrefutáveis do golpe.

Após tornar-se refém do Centrão, o que há de pior na política nacional, Bolsonaro entregou a “chave do cofre” com a condição de permanecer no poder. Com o proposito continuar com a roubalheira institucionalizada, o Centrão aceita qualquer absurdo que desce a rampa do Palácio do Planalto.


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