A situação do presidente Jair Bolsonaro depois da mais recente investida contra as urnas eletrônicas piorou sobremaneira. Como sempre afirmamos, o chefe do Executivo é um golpista convicto e desde a campanha de 2018 vem ameaçando com a possibilidade de um “cavalo de pau” na democracia.
Um dia após a irresponsável reunião com diplomatas estrangeiros, na segunda-feira (18), quando atacou o sistema eleitoral e ministros do TSE, Bolsonaro tornou-se alvo de manifestação dos policiais federais que, em nota oficial, condenaram os ataques do presidente da República.
A reação se deu pelo fato de Bolsonaro ter utilizado, durante o encontro com os representantes diplomáticos, um inquérito da PF de 2018 sobre as urnas eletrônicas para distorcer a realidade e divulgar informações falsas sobre o processo eleitoral. A referida investigação não foi concluída e até então a PF não aventou a possibilidade de fraude em eleições anteriores.
De acordo com o documento, agentes, delegados e peritos da Polícia Federal, que em tese integram a base de apoio de Bolsonaro, até o momento nenhuma irregularidade no sistema eleitoral foi comprovada. Em outras palavras, até mesmo os apoiadores do presidente reconhecem que há um exagero no discurso golpista que cresce a menos de 80 dias das eleições.
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“É importante reiterar que as urnas eletrônicas e o sistema eletrônico de votação já foram objeto de diversas perícias e apurações por parte da PF e que nenhum indício de ilicitude foi comprovado nas análises técnicas”, afirmam os integrantes da PF na nota.
A democracia e o Estado de Direito estão sob ataque há mais de três anos e meio, sem que as instituições tenham esboçado qualquer intenção de reação mais contundente contra um golpista fascistóide que diante da possibilidade de derrota na corrida presidencial acena com eventual não realização das eleições.
Em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis e imbuídas de seus deveres, Bolsonaro já estaria fora do cargo e respondendo a processos judiciais pelos crimes que cometeu desde sua chegada ao Palácio do Planalto. Contudo, para a infelicidade geral da extensa maioria da população, essa não é a realidade do Brasil.
Como o Centrão foi comprado com o suado dinheiro do contribuinte, os pedidos de abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro – mais de 140 – continuam parados na escrivaninha do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
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