Bolsonaro falta com a verdade ao prometer reajuste da tabela do IR e redução do preço do diesel

 
Em 2018, quando Jair Bolsonaro surgiu em cena como o derradeiro salvador da pátria, o UCHO.INFO afirmou que aqueles que caíssem na armadilha se arrependeriam em pouco tempo. Nossa afirmação não tinha, como continua não tendo, qualquer relação com ideologias, apenas estava baseada na realidade dos fatos e na pífia trajetória política do então candidato à Presidência da República.

Bolsonaro prometeu aos incautos o que sabia ser impossível de cumprir. Não apenas porque falácias não se sustentam, mas porque a engrenagem política só roda com a graxa da corrupção. A aproximação com o Centrão, bloco partidário informal que foi alvo de críticas de Augusto Heleno, é prova cabal da corrupção no governo. Algo que Bolsonaro prometeu eliminar.

À margem do terreno da política, Bolsonaro prometeu durante a campanha reajustar a tabele do Imposto de Renda, o que não aconteceu. Agora, em segundo lugar nas pesquisas eleitorais e diante da possibilidade de sair derrotado da corrida presidencial, o chefe do Executivo promete reajustar a tabela do Imposto de Renda em 2023. Em suma, o presidente ainda não conquistou um segundo mandato, mas faz promessas como se isso já tivesse ocorrido.

Que campanhas políticas são terreno fértil para mentiras e promessas absurdas todo brasileiro coerente sabe, mas Jair Bolsonaro, em razão do desespero, parece movido pela mitomania. O mais novo desvario discursivo do presidente passa pelo preço do diesel. Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (2) que o preço do diesel pode cair em breve, contrariando posicionamento da Petrobras.

“O Brent ontem lá fora caiu na casa dos US$ 100. É sinalizador que você pode diminuir novamente o combustível na Petrobras, quem sabe o diesel. Isso não é bola de cristal. Se o dólar cai, a tendência é cair também”, disse.

A título de informação, nesta terça-feira, às 13h30, o barril do petróleo Brent era vendido a US$ 101,80, ou seja, no contraponto da previsão delirante de Bolsonaro.

 
O presidente da República se apoia no populismo barato para tentar reverter um cenário eleitoral que lhe desfavorável, pois recorre a mentiras que desmoronam na esteira da realidade dos fatos.

Antes de sair Brasil afora esparramando mentiras, o chefe do Executivo deveria se inteirar do cenário internacional dos combustíveis. Não se pode atrelar a queda nos preços da gasolina ao do diesel, pois há outros fatores que fazem essa comparação irresponsável.

Em 20 de setembro próximo começa oficialmente o outono no hemisfério Norte, sendo que a temporada de frio na parte superior do globo vai até 20 de março do próximo ano, quando termina o inverno.

Nesse período, cresce o consumo de óleo diesel nos países do hemisfério Norte, em especial na Europa, em razão de os sistemas de aquecimento serem alimentados pelo combustível fóssil. Por essa razão, a Petrobras já anunciou que o preço do diesel não terá redução. Além disso, a política de preços da petrolífera brasileira não sofrerá mudanças. Em outras palavras, “tudo como dantes no quartel d’Abrantes”.

O diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, afirmou na última sexta-feira (29) que não acredita na redução do preço do diesel no mercado internacional por causa da oferta do produto e da proximidade o inverno no hemisfério Norte.

“Vemos um cenário de manutenção dos preços dos derivados parecidos com os atuais, em especial no caso do diesel, que tem um impacto da aproximação do inverno no hemisfério Norte”, declarou Mastella.


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