Há muito o UCHO.INFO afirma que o presidente Jair Bolsonaro flerta com um golpe de Estado. Nossos alertas começaram na campanha presidencial de 2018 e perduram até os dias atuais. Fomos os primeiros a afirmar que a eleição de Bolsonaro representaria um sério perigo à democracia brasileira.
Após chegar ao Palácio do Planalto, Bolsonaro iniciou um processo de politização da caserna como forma de ter respaldo para o pretendido “cavalo de pau” na democracia. A investida na direção das Forças Armadas ficou mais evidente quando o presidente passou a usar o termo “meu Exército” em seus discursos golpistas. Vale lembrar que o Exército (assim como as outras Armas) é uma instituição de Estado, não de governo.
Com a escalada das ameaças à democracia e ao Estado de Direito, o Ministério da Defesa incorporou a cantilena golpista de Bolsonaro, levando o País a um cenário de incertezas em relação ao futuro. O atual titular da pasta, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, tem reverberado o golpismo defendido pelo chefe do Executivo federal, como se o papel das Forças Armadas não fosse defender a soberania do Estado brasileiro.
Cumprindo ordens com nauseante sabujice, o ministro da Defesa tem aumentado a pressão sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o objetivo de levar adiante a tese esdrúxula de que as urnas eletrônicas não são confiáveis. Em uso no processo de votação desde 1996, o jamais registrou qualquer tipo de fraude, o que foi atestado por diversos órgãos, como, por exemplo, a Polícia Federal.
Arapongas fardados
Como se não bastasse o comportamento condenável do ministro Paulo Sérgio, o Exército Brasileiro adquiriu pela primeira vez, a pedido do Comando de Defesa Cibernética, uma ferramenta que permite extrair de dados de telefones celulares, de sistemas de nuvem dos aparelhos e de registros públicos armazenados em redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram.
Feita com dispensa de licitação, a contratação foi assinada nos últimos dias de 2021, pelo então comandante do Exército, Paulo Sérgio Oliveira, atual ministro da Defesa.
A ferramenta adquirida pelo Exército é utilizada normalmente por polícias civis, Polícia Federal, Instituto Nacional de Criminalística e Ministério Público para acessar dados, inclusive bloqueados, de telefones celulares apreendidos no âmbito de mandados judiciais de busca e apreensão.
Até prova em contrário, o Brasil não está em guerra contra outro país nem tem sofrido ameaças que justifiquem a aquisição de um equipamento dessa natureza. A falta de transparência no processo de comprar sugere que o governo de Jair Bolsonaro está decidido a usar as Forças Armadas para monitorar adversários políticos, como se isso fosse permitido pela Constituição.
Pelo que se sabe, o Exército não é polícia judiciária para adquirir equipamento cuja utilização dentro dos limites legais depende de autorização judicial que anteceda o processo de extração de dados. Causa espécie essa compra feita pelo Exército, principalmente no escopo de um governo golpista que decreta sigilo de 100 anos nos mais reles assuntos.
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