Após Copom elevar a Selic para 13,75% ao ano, banqueiros sequer lembram do PIX

 
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (3) elevar a taxa básica de juro, a Selic, de 13,25% ao ano para 13,75% ao ano – alta de 0,5 ponto percentual.

Trata-se da do décimo segundo aumento consecutivo na taxa básica de juro. Com isso, a Selic alcançou o maior patamar desde novembro de 2016, quando estava em 14% ao ano.

A elevação da Selic já tinha sido sinalizada pelo Copom na reunião anterior, realizada em junho. Na ocasião, o BC informou a pretensão de elevar mais uma vez a taxa de juro na reunião de agosto, mas em “igual ou menor magnitude” do que a alta anterior (0,5 ponto percentual).

De acordo com analistas do mercado financeiro, a Selic deve permanecer no patamar atual (13,75%) até maio de 2023, quando entrará em curva de queda, caso se confirmem os cenários projetados. A previsão é que a Selic termine 2023 em 10,5% ao ano, índice muito alto para uma economia que ainda patina.

A nova decisão do Copom, fruto da desastrada política econômica do governo de Jair Bolsonaro, é mais um impeditivo para a tão propalada recuperação da economia, que está longe de acontecer.

 
“Carta pela Democracia” versus PIX

Quando a “Carta pela Democracia” (“Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito) veio a público, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou que banqueiros puxaram a adesão ao documento em defesa do Estado de Direito porque estariam descontentes com os prejuízos provocados pela entrada em operação do PIX.

Bolsonaro, que reagiu mal ao movimento em prol da democracia, encampou do discurso de Ciro Nogueira, um dos próceres do famigerado Centrão, e passou a difundir Brasil afora uma tese absurda e mentirosa.

Como afirmamos em matéria anterior, os bancos que operam no Brasil não estão preocupados com a perda de receitas decorrente do PIX, já que a política econômica comandada por Paulo Guedes tem colocado a taxa básica de juro nas nuvens. Isso permite que os bancos cobrem do consumidor final taxas de juro estratosféricas.

Apenas a título de informação, a taxa média de juro cobrado no rotativo do cartão de crédito é de 12,5% ao mês, enquanto a taxa anual pode chegar a 875%, dependendo da instituição financeira e do perfil do cliente. Na modalidade cheque especial, a taxa anual é de 150% ao ano.


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